Qual o valor do salário mínimo e como fazê-lo render?

Veja qual o valor do salário mínimo em 2024, como ele é calculado e dicas de como fazê-lo render

15 de junho de 2022 Atualizado em 04 de janeiro de 2024

O salário mínimo foi reajustado, mas a realidade é que as coisas estão cada vez mais caras e viver com esse valor tem se tornado ainda mais complicado. Confira qual o valor do salário mínimo em 2024 e veja dicas de como fazê-lo render.

Você tem percebido o aumento dos gastos ao longo do mês? Os preços têm subido tanto que o salário, em muitos lugares, não é suficiente para despesas básicas.

Afinal, como é calculado o salário mínimo? E em meio a um cenário tão complicado, de que forma é possível fazer o dinheiro render?

Qual o valor do salário mínimo 2024?

O salário mínimo 2024 é de R$ 1.412 – ou seja, ocorreu um aumento de R$ 92, afinal, no ano passado, o piso nacional era de R$ 1.320.

Vale lembrar que, em 2023, os trabalhadores e beneficiários do INSS que recebem o salário mínimo puderam contar com um 2º aumento do valor, ocorrido em maio daquele ano. Por enquanto, porém, não há perspectiva de um novo aumento para 2024.

O valor de R$ 1.412 representa ganho real de 5,77%, quando se leva em conta a inflação para o período de maio, mês em que houve o último reajuste, a dezembro de 2023, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O reajuste do valor do salário mínimo para 2024 passou a valer no dia 1º de janeiro deste ano. O aumento foi maior do que a inflação, que é a alta de preços do que a gente costuma comprar no dia a dia.

O salário mínimo é reajustado de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O INPC é diferente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial de inflação no Brasil.

A diferença entre IPCA e INPC é que o primeiro mede a variação de preços de produtos e serviços consumidos por quem recebe de um a 40 salários mínimos. 

Já o INPC permite entender melhor a realidade de quem ganha menos, porque mede a inflação em uma cesta de produtos de quem recebe até cinco salários mínimos. 

O fato de o INPC subir mais significa que a inflação tem afetado com mais força as famílias mais pobres.

Inflação e renda: como as duas coisas estão relacionadas?

A inflação está diretamente relacionada ao salário. Isso porque, dependendo de quanto você recebe por mês, o peso da alta dos preços no seu orçamento vai ser diferente.

A explicação para isso é que as pessoas que ganham dois salários mínimos e as que ganham dez salários mínimos, por exemplo, têm padrões de vida diferentes.

Pessoas com uma renda maior tendem a consumir mais alimentação fora de casa e mais viagens. Já uma família com menos dinheiro vai procurar comer mais em casa.

E cada item do nosso orçamento tem a sua própria variação nos preços. Se você consumir mais no seu dia a dia as coisas que sofreram a maior alta de preços, vai sentir mais os impactos do que outras pessoas.

Agora que você já sabe o impacto da inflação no seu orçamento e no dia a dia, é hora de entender melhor como o salário mínimo é calculado.

Como o salário mínimo é calculado?

Você já deve ter visto que, sempre que o reajuste do salário mínimo é anunciado, ele é feito a partir do valor que era pago no ano anterior. Certo?

É isso mesmo. O salário mínimo é calculado a partir do valor pago no ano anterior, mais o acréscimo da inflação no período. Pode parecer complicado, mas é simples.

Vamos a um exemplo: 

Valor do salário mínimo de 2024 = valor do salário mínimo de 2023 + INPC de 2023 (inflação do ano de 2023)

Por isso, se a inflação sobe, o salário mínimo sobe na mesma proporção.

Essa é a primeira regra do cálculo do reajuste do piso nacional. No entanto, desde maio do ano passado, passou a valer também uma segunda regra: além do INPC, agora o PIB também faz parte do cálculo do reajuste.

Essa política de valorização do salário mínimo, considerando a variação do Produto Interno Bruto (PIB), vigorou no país de 2011 a 2019. Em 2020 ocorreu a mudança do cálculo e apenas o INPC passou a ser considerado. Agora, volta a incidir os dois índices no cálculo do reajustamento.

Para que serve o salário mínimo?

O salário mínimo tem um nome bem auto-explicativo: é o valor mínimo que um empregador precisa pagar aos seus funcionários. Ele está presente em praticamente todos os países do mundo. 

As suas origens são muito antigas: há quem diga que datam da Idade Média,  que se estendeu entre os séculos V e XV. Já as leis modernas que regulam o salário mínimo são atribuídas aos séculos XIX e XX, na Austrália e Nova Zelândia.

O salário mínimo no Brasil foi criado na década de 1930, por Getúlio Vargas. Naquela época, ele variava de acordo com o lugar do país. 

Para definir os valores de cada local, o Brasil foi dividido em 50 sub-regiões, e cada uma tinha seu próprio salário mínimo. Em alguns lugares, o valor chegava a ser mais de duas vezes maior do que em outros.

O salário mínimo ficou estável entre as décadas de 1960 e 1980, mas passou por uma grande desvalorização entre os anos 1980 e 1990. Foi só a partir de 2001 que ele voltou a se valorizar.

Além de ser o pagamento mínimo pelo tempo de trabalho de alguém, o salário também serve de valor-base para a remuneração de qualquer pessoa que trabalhe com a carteira assinada.

Ou seja, se você trabalha pelo regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), seu salário também é afetado pelo reajuste do salário mínimo.

O salário mínimo dos aposentados e pensionistas do INSS também é o mesmo dos trabalhadores ativos, ou seja, R$ 1.412.

Leia mais: Golpe do INSS: como funcionam as fraudes contra beneficiários

No Brasil, como falamos ali em cima, o salário mínimo é ajustado pelo INPC, um indicador usado para medir a inflação, e o PIB.

Mas o salário mínimo do Brasil sempre girou em torno desse valor? A resposta é não. Abaixo, você confere como o valor do salário mínimo evoluiu nos últimos anos.

Qual o valor do salário mínimo no Brasil nos últimos anos?

Então, qual é a evolução do salário mínimo no Brasil? Quanto era o salário mínimo em 1994, por exemplo? Em 1994, ano do Plano Real, o salário mínimo era de R$ 70.

Na tabela, você pode ver a evolução do salário mínimo do Brasil desde então.

AnoSalário mínimo
2024R$ 1.412,00
2023R$ 1.320,00
2022R$ 1.212,00
2021R$ 1.100,00
2020R$ 1.045,00
2019R$ 998,00
2018R$ 954,00
2017R$ 937,00
2016R$ 880,00
2015R$ 788,00
2014R$ 724,00
2013R$ 678,00
2012R$ 622,00
2011R$ 545,00
2010R$ 510,00
2009R$ 465,00
2008R$ 415,00
2007R$ 380,00
2006R$ 350,00
2005R$ 300,00
2004R$ 260,00
2003R$ 240,00
2002R$ 200,00
2001R$ 180,00
2000R$ 151,00
1999R$ 136,00
1998R$ 130,00
1997R$ 120,00
1996R$ 112,00
1995R$ 100,00
1994R$ 70,00
Fonte: Dieese

Vale lembrar que a tabela considera o valor nominal do salário mínimo, ou seja, os valores não são ajustados pela inflação. Em 1994, R$ 70 comprava um montante de coisas bem diferentes do que hoje em dia, certo?

Qual é o salário mínimo ideal?

Existe uma grande discussão a respeito de qual seria o valor do salário mínimo ideal para o custo de vida no Brasil.

Na avaliação do Dieese, o salário mínimo ideal para garantir o pagamento das despesas de um trabalhador e de sua família no Brasil deveria ser R$ 6.294,71 em novembro de 2023.

O cálculo considera um valor mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas, em gastos com moradia, transporte, alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência.

Como é o salário mínimo do Brasil em relação a outros países?

Como você leu ali em cima, o salário mínimo existe em praticamente todos os países atualmente. Mas a forma como é calculado varia de acordo com o local.

Por exemplo: uma dúvida comum é qual o valor do salário mínimo nos Estados Unidos. Nos EUA, o salário mínimo é calculado por hora. Dessa forma, o valor que o trabalhador recebe no mês varia segundo as horas trabalhadas.

Em janeiro de 2024, 22 dos 50 estados norte-americanos elevaram o valor do piso. No estado de Montana, por exemplo, a hora tem o valor de US$ 10,30, enquanto em Washington é de US$ 16,28.

Qual o valor do salário mínimo nos estados?

Além do salário mínimo nacional existe também o salário mínimo regional. Isso porque os estados têm autonomia para fixar valores maiores para aquela localidade, levando em conta as características da economia, mercado e custo de vida na região.

É o caso, por exemplo, de São Paulo: em 2007, foi criado o piso regional, possibilitando que trabalhadores paulistas recebam remunerações acima do piso nacional. Atualmente, o salário mínimo em São Paulo é de R$ 1.550.

Os estados do sul do Brasil também têm pisos regionais. No Paraná, existem quatro faixas salariais do piso regional, variando entre R$ 1.749,02 e R$ 2.017,02.

Também o salário mínimo de Santa Catarina depende de faixas de remuneração, e vai de R$ 1.468 a R$ 1.740. Já no estado gaúcho o piso é distribuído em cinco faixas de remuneração, com valores entre R$ 1.573,89 a R$ 1.994,56.

Vale destacar que, no caso do salário mínimo regional, o valor não se aplica às pessoas que têm piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Como viver com um salário mínimo?

Muita gente vive com apenas um salário mínimo no Brasil. A estimativa é de que 59,320 milhões de pessoas no Brasil recebam o mínimo, das quais 26,2 milhões são beneficiários do INSS, segundo o Dieese. Veja abaixo a tabela:

PerfilNúmero de pessoas que vivem com o salário mínimo (mil)
Beneficiários do INSS26.249
Empregados17.551
Conta própria11.010
Trabalhadores domésticos4.174
Empregadores336
Fonte: Dieese | Nota técnica 281/2023

Nesse cenário, como fazer um planejamento financeiro com salário mínimo? Infelizmente, cada vez mais esse valor tem ficado curto para cobrir as despesas do mês.

Para ajudar, confira 11 dicas para viver com um salário mínimo e fazer o dinheiro render o máximo possível.

Tenha um planejamento financeiro

Sabendo qual o valor do salário mínimo, o planejamento financeiro pessoal é a melhor forma de controlar as suas finanças e, assim, gerenciar melhor o seu dinheiro.

Se planejar é fundamental para todo mundo que quer lidar melhor com seu dinheiro, mas especialmente para quem vive no limite dos gastos.

Com ele, você vai ter clareza sobre quais são suas prioridades e saber exatamente o que mais consome o seu salário.

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Defina metas

Essa é uma parte do planejamento financeiro que ajuda muito. Quando você define suas metas e sonhos que deseja alcançar, tem mais foco e disciplina para escolher suas prioridades.

Mesmo que você não tenha tanto dinheiro para poupar agora, comece com pouco, o mínimo possível. Isso já vai te dar o ânimo para continuar.

Leia mais: Metas financeiras: como definir e conquistar as suas em 2023

Planeje seu dia a dia

O planejamento financeiro é importante, mas a organização financeira como um todo ajuda a não gastar dinheiro à toa.

Um exemplo é planejar as refeições do dia. Se você levar comida de casa para o trabalho, já vai reduzir bastante seus gastos. Assim, você consegue economizar mesmo ganhando um salário mínimo.

Confira como economizar dinheiro com 20 dicas de finanças.

Busque renda extra

Uma alternativa para quem está no aperto financeiro é buscar fontes de renda extra, que permitem que você ganhe um dinheiro a mais.

A renda extra pode ser o que vai fazer a diferença no final do mês. Neste conteúdo sobre como juntar dinheiro, você encontra nove ideias para ganhar dinheiro.

Evite dívidas

Se for possível, evite fazer dívidas. O ideal é se organizar o máximo possível, além de buscar outras fontes de renda, para não ficar em débito.

Isso porque as dívidas envolvem juros e podem fazer com que você se enrole. Se você tem valores em aberto e está com dificuldades de pagar, pode buscar o credor e buscar uma renegociação.

Cuidado com os juros

Na dica anterior, falamos das dívidas, que envolvem juros. Se você já tem dívidas, aqui vai outra orientação: fique atento aos juros.

Muitas vezes, é possível “trocar” uma dívida com juros maiores por outra com juros mais baixos. Com isso, você ganha fôlego para se organizar e pagar dentro do prazo.

Leia mais: Vale a pena pegar empréstimo para quitar dívidas?

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Tenha uma reserva financeira

Reservar um dinheiro para emergências pode ser o que vai evitar que você crie dívidas quando tiver algum imprevisto. Mesmo com um salário mínimo, isso é possível. A renda extra pode ajudar aqui.

Além disso, quando você tiver a sua reserva de emergência, faça seu dinheiro trabalhar por você. No PicPay, seu dinheiro rende juros.

Pesquise antes de comprar

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Leia mais: Cashback PicPay: como funciona e 5 formas de ganhar mais

Peça descontos

Outra dica centenária, mas que muita gente esquece ou tem vergonha de aplicar: pedir descontos.

Muitos lojistas oferecem descontos para quem paga à vista ou até se o valor for pago em dinheiro, por exemplo. O “não” você já tem, certo?

Use o parcelamento a seu favor

Quem vive com um salário apertado pode usar o parcelamento do cartão de crédito a seu favor, desde que seja com responsabilidade e sabedoria.

Por exemplo: se você tem uma compra mais cara para fazer, parcelar no cartão permite que você pague sem juros em várias vezes. Assim você não compromete o seu salário mensal.

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Leia mais: Saiba como pagar boleto com cartão de crédito

Não esqueça da educação financeira

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