
Qual o valor do salário mínimo e como fazê-lo render?
O salário parece cada vez mais curto? Veja qual o valor do salário mínimo em 2023, como ele é calculado e dicas de como fazê-lo render
15 de junho de 2022 Atualizado em 13 de setembro de 2023
O salário mínimo foi reajustado, mas a realidade é que as coisas estão cada vez mais caras e viver com esse valor tem se tornado ainda mais complicado. Confira qual o valor do salário mínimo em 2023 e veja dicas de como fazê-lo render.
Você tem percebido o aumento dos gastos ao longo do mês? Os preços têm subido tanto que o salário, em muitos lugares, não é suficiente para despesas básicas.
Afinal, como é calculado o salário mínimo? E em meio a um cenário tão complicado, de que forma é possível fazer o dinheiro render?
Qual o valor do salário mínimo 2023?
O salário mínimo 2023 é de R$ 1.320. Para fazer a comparação, o salário mínimo 2022 era de R$ 1.212.
O reajuste do valor do salário mínimo para 2023 passou a valer em maio deste ano. O aumento foi maior do que a inflação, que é a alta de preços do que a gente costuma comprar no dia a dia.
O salário mínimo é reajustado de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O INPC é diferente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial de inflação no Brasil.
A diferença entre IPCA e INPC é que o primeiro mede a variação de preços de produtos e serviços consumidos por quem recebe de um a 40 salários mínimos.
Já o INPC permite entender melhor a realidade de quem ganha menos, porque mede a inflação em uma cesta de produtos de quem recebe até cinco salários mínimos.
O IPCA terminou o ano de 2022 com alta de 5,79%, comparado com um avanço de 5,93% do INPC. O fato de o INPC subir mais significa que a inflação tem afetado com mais força as famílias mais pobres.
Inflação e renda: como as duas coisas estão relacionadas?
A inflação está diretamente relacionada ao salário. Isso porque, dependendo de quanto você recebe por mês, o peso da alta dos preços no seu orçamento vai ser diferente.
A explicação para isso é que as pessoas que ganham dois salários mínimos e as que ganham dez salários mínimos, por exemplo, têm padrões de vida diferentes.
Pessoas com uma renda maior tendem a consumir mais alimentação fora de casa e mais viagens. Já uma família com menos dinheiro vai procurar comer mais em casa.
E cada item do nosso orçamento tem a sua própria variação nos preços. Se você consumir mais no seu dia a dia as coisas que sofreram a maior alta de preços, vai sentir mais os impactos do que outras pessoas.
Como o aumento dos preços afeta o orçamento do dia a dia?
Um levantamento feito pelo aplicativo PicPay mostrou que os brasileiros gastaram R$ 39, equivalente a 14% a mais, com transportes entre dezembro de 2021 e março de 2022.
Em dezembro de 2021, o gasto médio com a categoria foi de R$ 271, mas subiu para R$ 310 em março de 2022. Uma das razões que pode explicar o encarecimento foi a alta no preço da gasolina.
Além do gasto com abastecimento, a categoria também reúne os custos com aplicativos de mobilidade, pedágio e transporte público.
Por outro lado, o levantamento do PicPay revelou que os brasileiros economizaram R$ 103 (-14%) com alimentação, item de maior peso no orçamento. Em dezembro 2021, foram gastos R$ 731, já em março de 2022, R$ 628.
Aqui, vale um lembrete importante: a alimentação considera também os custos em bares e restaurantes. Ou seja, a queda nos gastos com essa categoria não significa que ficou mais barato. Pelo contrário, pode ser que as pessoas tenham deixado de comer tanto fora para economizar dinheiro.
Isso acontece porque a inflação diminui o poder de compra das pessoas. Na prática, com a mesma quantidade de dinheiro você consegue adquirir menos coisas do que antes. Por isso, reduzir o gasto com alimentação pode ser uma tentativa de equilibrar as contas.
Já os gastos com educação também tiveram corte, neste caso de R$ 44 (-18%). Em dezembro de 2021, o gasto foi de R$ 246 contra R$ 202 em março de 2022.
Outros movimentos que chamaram a atenção no levantamento foram os aumentos em compras, alta de R$ 24 (12%), e nas despesas com TV/Internet/Telefone, mais R$ 32 (35%).
O valor utilizado com compras era R$ 203 e passou a R$ 227, enquanto o de TV/Internet/Telefone era de R$ 92 e foi para R$ 125.
Pela tabela, entenda o que ficou mais caro no orçamento do brasileiro.
Categoria | Gasto em dezembro de 2021 | Gasto em março de 2022 | Variação |
Transporte | R$ 271 | R$ 310 | +14% |
Alimentação | R$ 731 | R$ 628 | -14% |
Educação | R$ 246 | R$ 202 | -18% |
Compras | R$ 203 | R$ 227 | +12% |
TV/Internet/Telefone | R$ 92 | R$ 125 | +35% |
Os dados foram obtidos a partir da análise de mais de 760 mil contas de usuários PicPay, que deram o consentimento para compartilharem suas informações bancárias por meio do marketplace financeiro do app.
Foram analisados e categorizados os débitos registrados nos extratos bancários dos usuários. O levantamento só é possível graças à expertise na coleta e análise dos dados obtida com a aquisição do Guiabolso pelo PicPay, em julho de 2021.
Leia mais: O que é open banking e suas vantagens
Agora que você já sabe o impacto da inflação no seu orçamento e no dia a dia, é hora de entender melhor como o salário mínimo é calculado.
Como o salário mínimo é calculado?
Você já deve ter visto que, sempre que o reajuste do salário mínimo é anunciado, ele é feito a partir do valor que era pago no ano anterior. Certo?
É isso mesmo. O salário mínimo é calculado a partir do valor pago no ano anterior, mais o acréscimo da inflação no período. Pode parecer complicado, mas é simples.
Vamos a um exemplo:
Valor do salário mínimo de 2023 = valor do salário mínimo de 2022 + INPC de 2022 (inflação do ano de 2022)
O cálculo do salário mínimo considera a inflação porque seu objetivo não é aumentar o valor pago, e sim fazer com que as pessoas não percam poder de compra.
Por isso, se a inflação sobe, o salário mínimo sobe na mesma proporção, para que você mantenha seu padrão de vida, de acordo com os preços atuais.
Esse cálculo é feito pelo governo federal, com base na regra vigente. Mas nem sempre foi assim.
Entre 2011 e 2019, o salário mínimo era ajustado de acordo com a pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores e da inflação medida pelo INPC.
A mudança do cálculo aconteceu em 2020 e apenas o INPC passou a ser considerado.
Para que serve o salário mínimo?
O salário mínimo tem um nome bem auto-explicativo: é o valor mínimo que um empregador precisa pagar aos seus funcionários. Ele está presente em praticamente todos os países do mundo.
As suas origens são muito antigas: há quem diga que datam da Idade Média, que se estendeu entre os séculos V e XV. Já as leis modernas que regulam o salário mínimo são atribuídas aos séculos XIX e XX, na Austrália e Nova Zelândia.
O salário mínimo no Brasil foi criado na década de 1930, por Getúlio Vargas. Naquela época, ele variava de acordo com o lugar do país.
Para definir os valores de cada local, o Brasil foi dividido em 50 sub-regiões, e cada uma tinha seu próprio salário mínimo. Em alguns lugares, o valor chegava a ser mais de duas vezes maior do que em outros.
O salário mínimo ficou estável entre as décadas de 1960 e 1980, mas passou por uma grande desvalorização entre os anos 1980 e 1990. Foi só a partir de 2001 que ele voltou a se valorizar.
Além de ser o pagamento mínimo pelo tempo de trabalho de alguém, o salário também serve de valor-base para a remuneração de qualquer pessoa que trabalhe com a carteira assinada.
Ou seja, se você trabalha pelo regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), seu salário também é afetado pelo reajuste do salário mínimo.
O salário mínimo serve de referência para 56,7 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24,2 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Leia mais: Golpe do INSS: como funcionam as fraudes contra beneficiários
Portanto, o salário mínimo do aposentado também é o mesmo dos trabalhadores ativos, ou seja, R$ 1.320.
No Brasil, como falamos ali em cima, o salário mínimo é ajustado pelo INPC, um indicador usado para medir a inflação.
Mas o salário mínimo do Brasil sempre girou em torno desse valor? A resposta é não. Abaixo, você confere como o valor do salário mínimo evoluiu nos últimos anos.
Qual o valor do salário mínimo no Brasil nos últimos anos?
Então, qual é a evolução do salário mínimo no Brasil? Quanto era o salário mínimo em 1994, por exemplo? Em 1994, ano do Plano Real, o salário mínimo era de R$ 70.
Na tabela, você pode ver a evolução do salário mínimo do Brasil desde então.
Ano | Salário mínimo |
2023 | R$ 1.320,00 |
2022 | R$ 1.212,00 |
2021 | R$ 1.100,00 |
2020 | R$ 1.045,00 |
2019 | R$ 998,00 |
2018 | R$ 954,00 |
2017 | R$ 937,00 |
2016 | R$ 880,00 |
2015 | R$ 788,00 |
2014 | R$ 724,00 |
2013 | R$ 678,00 |
2012 | R$ 622,00 |
2011 | R$ 545,00 |
2010 | R$ 510,00 |
2009 | R$ 465,00 |
2008 | R$ 415,00 |
2007 | R$ 380,00 |
2006 | R$ 350,00 |
2005 | R$ 300,00 |
2004 | R$ 260,00 |
2003 | R$ 240,00 |
2002 | R$ 200,00 |
2001 | R$ 180,00 |
2000 | R$ 151,00 |
1999 | R$ 136,00 |
1998 | R$ 130,00 |
1997 | R$ 120,00 |
1996 | R$ 112,00 |
1995 | R$ 100,00 |
1994 | R$ 70,00 |
Vale lembrar que a tabela considera o valor nominal do salário mínimo, ou seja, os valores não são ajustados pela inflação. Em 1994, R$ 70 comprava um montante de coisas bem diferentes do que hoje em dia, né?
Qual é o salário mínimo ideal?
Existe uma grande discussão a respeito de qual seria o valor do salário mínimo ideal para o custo de vida no Brasil.
Na avaliação do Dieese, o salário mínimo ideal para garantir o pagamento das despesas de um trabalhador e de sua família no Brasil deveria ser R$ 6.528,93 em julho de 2023.
O cálculo considera um valor mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas, em gastos com moradia, transporte, alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência.
Como é o salário mínimo do Brasil em relação a outros países?
Como você leu ali em cima, o salário mínimo existe em praticamente todos os países atualmente. Mas a forma como é calculado varia de acordo com o local.
Por exemplo: uma dúvida comum é qual o valor do salário mínimo nos Estados Unidos. Nos EUA, o salário mínimo é calculado por hora: US$ 7,25 por hora. Dessa forma, o valor que o trabalhador recebe no mês varia segundo as horas trabalhadas.
Se considerarmos uma jornada de trabalho de 40 horas por semana, que é o caso de muitas pessoas no Brasil, em um mês de quatro semanas um trabalhador norte-americano recebe, no mínimo, US$ 290 (cerca de R$ 1.484 na cotação de junho de 2022).
E em relação a outros países, em que posição está o salário mínimo do Brasil? O país é o segundo país com o menor salário mínimo, atrás apenas do México, na lista de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dados são da plataforma CupomValido, com dados da OCDE e do Banco Mundial sobre a remuneração dos trabalhadores no mundo. Segundo o levantamento, a Austrália é o país com o maior salário mínimo do mundo.
Como viver com um salário mínimo?
Muita gente vive com apenas um salário mínimo no Brasil. O país encerrou 2021 com 33,8 milhões trabalhadores com renda mensal de até um salário mínimo, o maior número já registrado.
Os dados se referem a um levantamento da LCA Consultores feito com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do IBGE.
Esse número representa 36% do total de ocupados (ou seja, pessoas empregadas) no Brasil.
Nesse cenário, como fazer um planejamento financeiro com salário mínimo? Infelizmente, cada vez mais esse valor tem ficado curto para cobrir as despesas do mês. Para ajudar, confira 11 dicas para viver com um salário mínimo e fazer o dinheiro render o máximo possível.
Tenha um planejamento financeiro
Sabendo qual o valor do salário mínimo, o planejamento financeiro pessoal é a melhor forma de controlar as suas finanças e, assim, gerenciar melhor o seu dinheiro.
Se planejar é fundamental para todo mundo que quer lidar melhor com seu dinheiro, mas especialmente para quem vive no limite dos gastos.
Com ele, você vai ter clareza sobre quais são suas prioridades e saber exatamente o que mais consome o seu salário.
O PicPay pode te ajudar a organizar as suas contas!
Defina metas
Essa é uma parte do planejamento financeiro que ajuda muito. Quando você define suas metas e sonhos que deseja alcançar, tem mais foco e disciplina para escolher suas prioridades.
Mesmo que você não tenha tanto dinheiro para poupar agora, comece com pouco, o mínimo possível. Isso já vai te dar o ânimo para continuar.
Leia mais: Metas financeiras: como definir e conquistar as suas em 2023
Planeje seu dia a dia
O planejamento financeiro é importante, mas a organização financeira como um todo ajuda a não gastar dinheiro à toa.
Um exemplo é planejar as refeições do dia. Se você levar comida de casa, já vai reduzir bastante seus gastos. Confira como economizar dinheiro com 20 dicas de finanças.
Busque renda extra
Uma alternativa para quem está no aperto financeiro é buscar fontes de renda extra, que permitem que você ganhe um dinheiro a mais.
A renda extra pode ser o que vai fazer a diferença no final do mês. Neste conteúdo sobre como juntar dinheiro, você encontra nove ideias para ganhar dinheiro.
Evite dívidas
Se for possível, evite fazer dívidas. O ideal é se organizar o máximo possível, além de buscar outras fontes de renda, para não ficar em débito.
Isso porque as dívidas envolvem juros e podem fazer com que você se enrole. Se você tem valores em aberto e está com dificuldades de pagar, pode buscar o credor e buscar uma renegociação.
Cuidado com os juros
Na dica anterior, falamos das dívidas, que envolvem juros. Se você já tem dívidas, aqui vai outra orientação: fique atento aos juros.
Muitas vezes, é possível “trocar” uma dívida com juros maiores por outra com juros mais baixos. Com isso, você ganha fôlego para se organizar e pagar dentro do prazo.
Leia mais: Vale a pena pegar empréstimo para quitar dívidas?
Não sabe se tem dívidas? No app PicPay, você pode consultar CPF para verificar se há algum débito registrado no seu nome.
Tenha uma reserva financeira
Reservar um dinheiro para emergências pode ser o que vai evitar que você crie dívidas quando tiver algum imprevisto. Mesmo com um salário mínimo, isso é possível. A renda extra pode ajudar aqui.
Além disso, quando você tiver a sua reserva de emergência, faça seu dinheiro trabalhar por você. No PicPay, seu dinheiro rende juros.
Pesquise antes de comprar
Essa dica é ouro. É possível economizar muito ao fazer uma boa pesquisa antes de comprar qualquer coisa.
Você pode usar a internet para isso. No PicPay Shop, por exemplo, existem várias lojas disponíveis para você conferir antes de comprar um produto. Além disso, você ainda ganha cashback, parte do dinheiro de volta, em várias compras.
Leia mais: Cashback PicPay: como funciona e 5 formas de ganhar mais
Peça descontos
Outra dica centenária, mas que muita gente esquece ou tem vergonha de aplicar: pedir descontos.
Muitos lojistas oferecem descontos para quem paga à vista ou até se o valor for pago em dinheiro, por exemplo. O “não” você já tem, certo?
Use o parcelamento a seu favor
Quem vive com um salário apertado pode usar o parcelamento do cartão de crédito a seu favor, desde que seja com responsabilidade e sabedoria.
Por exemplo: se você tem uma compra mais cara para fazer, parcelar no cartão permite que você pague sem juros em várias vezes. Assim você não compromete o seu salário mensal.
No aplicativo PicPay, você também pode parcelar boleto de diversas contas.
Leia mais: Saiba como pagar boleto com cartão de crédito
Não esqueça da educação financeira
Quem pesquisa sobre educação financeira com certeza vai saber melhor como lidar com seu dinheiro.
Além disso, estar por dentro de dicas de finanças pessoais te ajuda a entender como algumas coisas afetam o seu dinheiro, como o preço do petróleo ou a alta do dólar, por exemplo. Assim, você consegue se preparar e se planejar melhor!
Gostou do conteúdo? Com organização, é possível fazer seu dinheiro render mais. Então, vem com a gente saber mais sobre planejamento financeiro!