Crédito consignado: como calcular a margem livre?

Entenda de uma vez por todas o que é e como funciona a margem consignável, os diferentes tipos disponíveis e como calcular a margem livre

15 de fevereiro de 2024

Se em algum momento da vida você teve interesse em empréstimo consignado, é bem provável que você tenha se deparado com a expressão “margem livre”.

Assim como a taxa de juros, o desconto em folha ou a averbação, a margem consignável livre é um elemento indispensável na contratação do consignado, como você poderá observar ao longo deste artigo.

O que é margem consignável?

A margem consignável é o nome dado à parte da renda mensal que pode ser usada para o pagamento das parcelas de empréstimo ou cartões consignados.

Para compreender melhor a margem, é preciso saber que diferentemente de outras modalidades, com pagamento via boleto, no consignado as prestações são quitadas automaticamente pelo desconto em folha.

Antes mesmo que você receba seu salário ou benefício, o valor referente à parcela do empréstimo ou do cartão é descontado e transferido automaticamente para a instituição financeira, por meio de um convênio entre os bancos e empregadores.

Essa “fatia” dos ganhos mensais que pode ser usada na quitação de crédito consignado varia para cada pessoa, pois a margem é um percentual aplicado sobre a renda líquida (valor recebido com descontos).

A porcentagem exata da margem é definida por normas legais. Atualmente, tanto os servidores federais quanto os aposentados e pensionistas do INSS contam com 45% de margem, distribuídos da seguinte forma:

Em outras palavras, 45% da renda mensal de um beneficiário ou funcionário público pode ser usada para a quitação de produtos consignáveis.

Leia mais: Tudo o que você precisa saber para quitar empréstimo consignado

Uma pessoa que tenha R$ 3 mil de renda líquida, por exemplo, ficará com uma margem de R$ 1.050 de margem para empréstimo, R$ 150 para cartão de crédito consignado e R$ 150 para cartão consignado de benefício.

A principal função desse limite é evitar o superendividamento, isto é, que as pessoas coloquem o orçamento destinado a necessidades básicas (alimentação, moradia, saúde, transporte) em risco por causa do empréstimo.

Quais são os tipos de margem?

Para facilitar a consulta à margem consignável feita pelos bancos e a avaliação de elegibilidade para a contratação, há algumas nomenclaturas usadas para sinalizar a situação atual do limite, como a margem total, livre, zerada e negativa.

Margem total

Chama-se de margem total a “fatia” da renda mensal que pode ser usada para pagamento das parcelas de empréstimos e cartões.

No caso dos beneficiários do INSS e servidores federais, a margem total é de 45%. Ao analisar só o limite para empréstimo, a margem total seria de 35%. Já a margem total para cada cartão é de 5%.

Um servidor com renda líquida de R$5 mil, por exemplo, teria:

  • Margem total: R$2.250
  • Margem total para empréstimo: R$1.750
  • Margem total para cartão consignado: R$250
  • Margem total para cartão benefício: R$250

Margem livre

A margem livre é um status que faz mais sentido para quem já contratou um empréstimo ou cartão, pois ela se refere à parte que ainda não foi utilizada do limite.

Pense assim: se alguém que tenha R$300 de margem total para empréstimo contratar um consignado com parcelas de R$100, ficará com R$200 de margem livre.

De forma simplificada, a margem livre é o valor que está disponível para ser usado com prestações de empréstimo consignado ou cartão consignado.

Margem zerada

A margem fica zerada quando o valor total foi comprometido com produtos consignáveis.

Se considerarmos novamente uma margem total de R$300 para empréstimo e a contratação de um empréstimo com parcelas de R$300 ou três empréstimos com parcelas de R$100 cada, a margem ficará zerada.

É possível ter só a margem para empréstimo zerada, ou só a de um dos cartões, ou todos os limites.

De forma semelhante ao limite do cartão de crédito, a margem volta a ficar livre para ser usada conforme as dívidas são quitadas.

Quem está com a margem zerada fica impossibilitado de iniciar contratações de empréstimo novo, já que a margem livre é um pré-requisito do consignado. Em alguns casos, também pode dificultar a contratação de portabilidade ou refinanciamento de empréstimo.

Margem negativa

A margem negativa é um pouco mais complexa, já que acontece em situações muito específicas, como a alteração no percentual fixado por lei. É quando o valor comprometido com as prestações fica acima do limite permitido.

Durante a pandemia, por exemplo, a margem subiu temporariamente em 5%. Nesse meio tempo, as pessoas contrataram novos empréstimos e usaram parte ou todo o acréscimo.

Quando ele deixou de valer e a margem voltou ao que era antes, esse público ficou com a margem negativa, considerada irregular. 

Para os beneficiários do INSS, a depender do quão negativo o limite está, a contratação de um cartão consignado pode ficar inviável.

Assim como funciona com a margem zerada, a regularização da margem negativa acontece com o pagamento da dívida.

Qual a diferença entre margem consignável e margem livre?

A margem livre é quanto do limite ainda pode ser usado em novas contratações de consignado e faz mais sentido para alguém que já tem um ou mais empréstimos ativos.

Leia mais: Como consultar empréstimo consignado ativo?

Uma pessoa com R$500 de margem consignável que já usou R$100, ficará com R$400 de margem livre para usar em outras contratações.

Como fazer para liberar margem consignável?

A principal forma de liberar margem consignável é por meio da quitação do contrato.

Logo após o pagamento de todas as parcelas do empréstimo, o contrato é desaverbado, procedimento que serve para interromper o desconto automático em folha de pagamento e oficializa o encerramento da dívida.

Para além disso, em alguns casos, a portabilidade e o refinanciamento de empréstimo também podem ser alternativas de liberação de margem, uma vez que envolvem a renegociação do contrato.

Como calcular margem livre?

O cálculo da margem livre envolve a multiplicação do percentual determinado em lei pela renda líquida e a subtração desse resultado pelo valor já utilizado.

Ficou confuso? Já te explicamos melhor: para chegar à margem total, um aposentado ou servidor deve multiplicar a margem (45% ou 0,45) pelos ganhos mensais líquidos.

Se a renda for de R$2 mil, a margem total será de R$900 (0,45 X 2.000), sendo R$700 para empréstimo e R$100 para cada cartão. Para descobrir a margem livre, basta subtrair o valor total das parcelas.

No mesmo exemplo acima, pessoa que tenha um desconto mensal em parcelas de empréstimo no valor de R$200, ficará com R$500 de margem livre. Veja a conta:

0,35 (percentual para empréstimo) X 2.000 (renda mensal com descontos)= 700

700 (valor da margem total para empréstimo) – 200 (parcela de empréstimo)= 500 

No entanto, para obter resultados mais confiáveis, existem formas mais rápidas e certeiras de consultar sua margem livre, pelo extrato de pagamento ou de consignado no Meu INSS ou no app SouGov, no caso dos servidores.

Existe ainda a opção de recorrer a um simulador gratuito de empréstimo consignado, em que você preenche algumas informações e, a partir delas, pode visualizar ofertas personalizadas com base na sua margem.

O que significa empréstimo com margem livre?

A margem livre (a parte do limite que ainda não foi usada com um ou mais empréstimos) é um requisito para a contratação de empréstimo consignado.

Trata-se de um tipo de crédito em que o valor das parcelas é descontado automaticamente da folha de pagamento, mês a mês. 

A renda mensal funciona como um tipo de garantia e, por causa disso, as taxas de juros são menores.

Leia mais: Como encontrar a menor taxa de juros para empréstimo consignado?

Dúvidas frequentes

Não deixe de conferir as respostas para dúvidas comuns sobre a margem do consignado para se aprofundar no tema:

É possível fazer empréstimo sem margem?

Não, é preciso ter margem consignável livre para contratar um novo empréstimo consignado.

Porém, aqueles que precisam de dinheiro podem recorrer ao cartão de crédito consignado ou ao cartão consignado de benefício, que contam com limites separados.

A portabilidade de crédito consignado e o refinanciamento de empréstimo também são opções viáveis para aqueles que já utilizaram toda a margem. 

Além da renovação do contrato, as duas operações podem resultar em acesso a mais grana, por meio do troco – um valor liberado durante a renegociação, com base nos valores que já foram pagos do contrato antigo.

O que quer dizer liberação da margem?

A liberação da margem é o procedimento em que o limite ou parte dele, antes indisponível, fica livre para uso.

É mais comum que isso aconteça após um reajuste no percentual da margem, que leva um tempo para ser implementado, ou na desaverbação de um contrato de empréstimo/cartão quitado.

Leia mais: Como funciona o aumento de margem consignável?

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