O que é Open Banking e suas vantagens para quem usa serviços financeiros

O que é Open Banking e Open Finance? Entenda seus objetivos e benefícios e como eles impactam a sua vida na prática

15 de dezembro de 2021 Atualizado em 8 de julho de 2022

Você com certeza já ouviu falar, mas será que realmente sabe o que é Open Banking? O Open Banking, ou sistema bancário aberto, é uma regulamentação que prevê o compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras.

Neste conteúdo, vamos falar tudo sobre Open Banking: o que é e como funciona, seus objetivos, benefícios e muito mais!.

Na prática, o Open Banking garante que, com a autorização prévia do consumidor, os dados bancários possam ser compartilhados com qualquer instituição. Isso garante mais autonomia para o cliente final.

O compartilhamento é feito por meio de integração de APIs. API Open Banking? O que é isso, afinal? O termo API vem do inglês Application Programming Interface, ou interface de programação de aplicativo, em português.

Na prática, é um sistema que liga dois pontos, sem a necessidade de um intermediador, de forma segura.

Foi em 2018 que as diretrizes do Open Banking entraram em vigor na Europa e, no mesmo período, as discussões do Banco Central sobre o tema no Brasil começaram. Leia mais sobre a história do Open Banking no Brasil e no mundo aqui.

Qual é a diferença entre Open Banking e Open Finance?

O conceito Open Banking indica um escopo menor e está relacionado apenas aos bancos, enquanto que o conceito Open Finance abrange mais instituições, incluindo diferentes segmentos financeiros.

Essa mudança de nome aconteceu em março de 2022, quando o Banco Central ampliou o Open Banking e passou a chamá-lo de Open Finance. 

E o que é Open Finance? Na prática, o Open Banking era restrito a dados e a serviços relacionados a produtos bancários tradicionais, enquanto o Open Finance prevê o compartilhamento de informações sobre outros serviços financeiros, entre eles investimentos, seguros e previdência.

O que é Open Banking?

O Open Banking, agora chamado de Open Finance, é um sistema financeiro que está sendo regulamentado e implementado no Brasil pelo Banco Central em quatro fases.

O Open Banking possibilita que os clientes compartilhem suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, você passa a ser dono dos seus dados bancários e decide com quem deseja compartilhá-los.

Quais são os princípios do Open Banking?

O conceito do Open Finance tem como base o princípio de que os dados financeiros do usuário pertencem a ele, e não à instituição na qual eles estão armazenados.

Apoiando-se nesse princípio fundamental, o Open Banking determina que as instituições participantes disponibilizem aos seus clientes uma forma eficiente e segura de compartilhar seus dados, se eles assim desejarem e autorizarem.

Como funciona o Open Banking?

Historicamente, a relação entre as pessoas e as instituições financeiras sempre funcionou da mesma forma: o usuário abre sua conta e todas as transações são realizadas dentro desta mesma empresa, mantendo todas as suas informações em posse desta instituição. 

Ou seja, se você tem conta em um banco, faz seus pagamentos por lá, utiliza o cartão de crédito da empresa, pode pedir um empréstimo para alguma compra por lá… enfim, todas as suas informações financeiras são conhecidas por aquela instituição.

E aí, se um dia você resolver abrir uma conta em outro lugar, provavelmente não vai receber de cara o mesmo limite para o cartão de crédito, ou o mesmo valor em um empréstimo. Porque essa nova instituição não conhece o seu histórico e ainda não sabe qual é o seu perfil, se você é um bom pagador, etc.

Hoje em dia, como você já sabe o que é Open Banking, talvez tenha percebido como isso limita as oportunidades, aumenta as barreiras e direciona os produtos financeiros pela ótica da empresa.

O Open Finance surge para mudar essa realidade, já que as informações financeiras dos usuários pertencem a eles e não às instituições.

Com isso, o usuário permite o compartilhamento de seus dados e suas movimentações financeiras, além de utilização de produtos e realização de serviços entre as instituições reguladas pelo Banco Central.

Leia mais: Como saber se uma instituição financeira é confiável?

Essa regulamentação abre um leque de possibilidades com outras instituições financeiras e, assim, o usuário pode ter mais autonomia sobre as suas decisões financeiras, já que não depende de uma única instituição.

Quais são as vantagens do Open Banking para quem usa serviços financeiros?

Durante muito tempo, mesmo se você tivesse conta em mais de um banco, suas relações com as instituições eram diretas. Cada uma só sabia sobre seus hábitos nelas próprias. 

Até então, as propostas de crédito que você poderia receber, por exemplo, eram baseadas no seu histórico com aquela instituição. Além do mais, você ficava limitado a ter ofertas apenas específicas apenas com os bancos utilizados por você.

Porém o Open Finance mudou esse cenário. Com os seus dados compartilhados, você pode receber ofertas de diversas instituições financeiras diferentes e escolher a que melhor te atende.

Entendi o que é Open Banking, mas qual é a história por trás dele?

O Open Banking, como conhecemos hoje, surgiu na Europa em 2018, quando a União Europeia lançou uma nova diretiva de serviços de pagamento, chamada de PSD2. 

A diretiva teve como objetivo desenvolver um mercado de pagamentos europeu mais integrado, eficiente, moderno e seguro. 

Além do mais, foi a PSD2 que determinou a abertura das informações bancárias entre as instituições europeias, se apoiando no princípio de que o dono desses dados é o cliente. 

Foi nesse cenário que o Reino Unido lançou o primeiro ecossistema de Open Banking regulatório do mundo, tendo a PSD2 como pilar. O caso britânico foi usado, inclusive, como referência para o Open Finance brasileiro.

Entretanto, bem antes disso, já haviam casos sistemas Open Banking de mercado, principalmente nos Estados Unidos, desde o fim da década de 1990.

Diferentemente do Open Banking regulatório, em que as instituições financeiras responsáveis pelo compartilhamento dos dados entre elas, no Open Banking de mercado, alguma empresa fica a cargo de pegar as informações do cliente junto às instituições e agrupar em algum sistema.

Esse foi o modelo utilizado pelo Guiabolso, considerado o precursor do Open Banking no Brasil, por oferecer um serviço de compilação de dados financeiros em um único aplicativo, desde 2014.

Open Banking começa quando?

No Brasil, o Open Banking, agora chamado de Open Finance, está sendo implementado de forma gradual em quatro fases, desde 2021. Conheça cada uma das fases e o que elas podem facilitar na sua vida.

Fase 1: Informações sobre produtos e serviços.

Na primeira fase há o compartilhamento dos canais de atendimento, localização das agências, produtos e serviços financeiros.

Podem surgir novas comparações de produtos e serviços financeiros, o que facilitará a escolha de produtos de acordo com as necessidades de cada cliente.

Fase 2: Inicia o compartilhamento de dados entre instituições

Na segunda fase, há o compartilhamento de dados pessoais e transacionais como, extrato da conta e cartão de crédito, empréstimos contratados e etc.

Novos produtos e serviços, mais personalizados e acessíveis podem ser acrescentados. Mas o compartilhamento de dados entre instituições só será possível por meio de consentimento.

Fase 3: Inicia o compartilhamento de serviços de pagamento

Na terceira fase, é possível ter acesso a serviços de pagamentos e transferências fora do ambiente do banco.

Nesta fase poderão ser enviadas e contratadas propostas de crédito de outras instituições de escolha do consumidor, que ganha autonomia no acesso a serviços financeiros.

Fase 4: Expansão para outros produtos e serviços

Na última fase, será possível compartilhar outros dados de produtos e serviços, relacionados a operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência.

Os consumidores passam a ter o controle do compartilhamento de uma gama maior de informações, o que pode levar à  criação de produtos ainda mais personalizados para cada necessidade.

Quais instituições participam do Open Banking e Open Finance?

Bancos, instituições financeiras, instituições de pagamentos, fintechs, corretoras de investimentos, corretoras de seguros que funcionam sob regulamentação do Banco Central podem participar, sendo divididas entre obrigatórias e não obrigatórias.

Vale ressaltar que somente instituições reguladas pelo Banco Central podem participar do Open Finance no Brasil.

Instituições obrigatórias do Open Finance

As instituições classificadas como S1 e S2 têm participação obrigatória em todas as fases. As instituições S1 são aquelas que possuem porte igual ou superior a 10% do PIB ou que tenham atividade internacional relevante.

Já as instituições S2 são aquelas que possuem entre 1% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Alguns exemplos são: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, entre outros.

Para a fase 3, é obrigatória a participação das instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, que disponibilizam contas transacionais a seus clientes, mesmo não sendo S1 ou S2.

Instituições não obrigatórias do Open Finance

Aquelas instituições reguladas que não se enquadram nos critérios anteriores podem aderir ao Open Banking de forma voluntária, isto é, podem escolher se vão participar ou não.

A tendência é que a maioria participe, já que elas obterão grandes benefícios com o sistema. O PicPay é uma delas. Mais abaixo, vamos falar sobre iniciativas da empresa em relação ao Open Finance.

É importante lembrar que as empresas que aderirem voluntariamente terão o direito de receber dados de seus concorrentes, mas também serão obrigadas a compartilhar os dados de suas respectivas bases – quando os clientes consentirem. 

Isso respeita um princípio muito importante do que é Open Banking: o da reciprocidade.

Qual é o objetivo do Open Banking?

O grande objetivo das regulações de Open Banking ao redor do mundo é dar ao cliente maior liberdade e autonomia na hora de escolher com quem ele vai contratar um determinado produto ou serviço financeiro, aumentando a concorrência no mercado, ao nivelar o acesso à informação.

Como assim? Vamos supor que um cliente tenha usado a vida inteira somente um banco. 

Ao longo desses anos esse cliente criou um histórico de movimentações financeiras, incluindo contas pagas em dia, salários recebidos, parcelas de financiamentos e empréstimos pessoais, saldo em conta, saldo investido, entre outras.

Essas informações são muito importantes para que instituições financeiras, fintechs e outras instituições precifiquem e disponibilizem produtos e serviços financeiros para seus clientes. 

Antes, se o cliente quisesse mudar de banco, os dados ficavam presos na instituição anterior e o relacionamento com o novo banco precisava começar do zero. Isso fazia com que, ao menos no início, as condições ofertadas pelo novo banco geralmente fossem piores que as do anterior. 

Ou seja, os clientes acabam ficando reféns dos bancos com quem possuem relacionamentos mais longos, dificultando a troca por outras instituições da sua preferência.

Quais são os benefícios do Open Banking e Open Finance?

Open Banking vale a pena? Ao compartilhar seus dados, você vai ter inúmeros benefícios, como:

Melhores ofertas de produtos financeiros

Com o Open Finance, as instituições serão capazes de oferecer a melhor oferta para o usuário, sendo cliente ou não. Por exemplo, uma melhor taxa na contratação de empréstimo, ou um limite maior no cartão de crédito.

Maior competitividade

Como falamos, o Open Finance permite que as instituições possam disputar por quem entrega o melhor produto ou serviço para o usuário. Isso aumenta a competitividade no mercado, e o maior beneficiado é o cliente.

Ofertas segmentadas e personalizadas

Através do Open Banking, as instituições entenderão melhor qual o momento de vida financeiro de cada pessoa e poderá ofertar produtos direcionados para isso. Por exemplo, se você possui saldo positivo na conta e parado, poderá receber uma recomendação para investir ao invés de contratar um empréstimo.

Leia mais: Quanto rende 20 reais no PicPay ou até valores superiores?

Maior controle e autonomia da sua vida financeira

Sabendo o que é Open Banking, e como seus dados vão estar sob o seu controle, você terá o poder de decidir se deseja compartilhá-los com alguma instituição, e uma maior visibilidade das suas finanças pessoais, facilitando a gestão do seu dinheiro.

Leia mais: Como o PicPay pode ser seu aplicativo para organizar contas

Custos menores

Com as APIs abertas que viabilizam o Open Finance, o sistema se torna mais integrado. Assim, é possível eliminar intermediários e tornar os processos mais rápidos e até diminuir custos.

Open Banking no PicPay

O PicPay, maior aplicativo de pagamentos do País, anunciou em julho de 2021 a aquisição do Guiabolso, precursor do Open Banking no Brasil.

A aquisição foi feita com o objetivo de posicionar o PicPay como protagonista do Open Finance, além de acelerar a operação de marketplace financeiro da empresa, que já conta com cartão, crédito pessoal e empréstimo entre pessoas.

Com a aquisição, o PicPay passa a absorver totalmente a operação do Guiabolso, que tem 6 milhões de usuários e R$ 1 bilhão em crédito concedido por meio de parceiros na plataforma.

Segundo Eduardo Chedid, VP de Serviços Financeiros do PicPay, o negócio também está alinhado ao propósito de democratização do crédito do PicPay, uma marca importante da atuação da companhia que, assim como o Guiabolso, foi fundada em 2012. 

“O Guiabolso e o PicPay são líderes da transformação pela qual o sistema financeiro vem passando e agora, juntos, vão dar mais um passo na missão de melhorar a relação das pessoas com o dinheiro e revolucionar o sistema financeiro brasileiro.”

Thiago Alvarez, fundador do Guiabolso e diretor da área de Open Banking do PicPay.

O Guiabolso nasceu com a missão de melhorar a saúde financeira dos seus usuários e transformar o sistema financeiro brasileiro. 

Para isso, a empresa inovou dentro da indústria financeira, partindo da premissa de que quem é dono dos dados financeiros é o usuário e que, com o compartilhamento deles, é possível ter acesso a uma gestão e produtos melhores do que no próprio banco. 

Dessa forma, a fintech desenvolveu uma expertise sem precedentes em inteligência de dados e também foi precursora do movimento que está acontecendo agora com a chegada do open banking.

Com a operação, o PicPay passou a ser detentor de toda essa expertise tecnológica, de inteligência de dados e de execução do Open Finance. 

E o Open Finance no PicPay? Como você já sabe, o PicPay quer ter um papel de protagonismo em relação ao Open Finance. Diversos produtos vão ser lançados utilizando essa tecnologia, sempre com o objetivo de oferecer melhores condições para os usuários do app.

O Open Banking é seguro?

Sim. É importante entender que Open Banking não significa que os dados de todo mundo são públicos, mas, sim, que as pessoas têm controle para compartilharem com quem e quando quiserem.

Leia mais: Como fazer pagamentos seguros e evitar golpes financeiros

Cada instituição participante do Open Finance é responsável por garantir a segurança do compartilhamento dos dados de seus clientes. 

Foram criados mecanismos para garantir a autenticidade e segurança das instituições participantes, que compartilham os dados de forma criptografada.

As APIs, que são os sistemas envolvidos na troca de informações, são extremamente seguras pois permitem que o contato seja feito de ponta a ponta entre as instituições, sem a necessidade de um intermediador.

Qual é a relação entre Open Finance e LGPD?

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, ou LGPD, é peça fundamental para a segurança do compartilhamento dos dados pelo Open Finance. 

Essa lei estabelece as normas sobre como as empresas coletam, processam, armazenam e destroem dados pessoais e sensíveis de seus clientes e usuários, visando melhorar a privacidade dessas informações.

Quais são os riscos do Open Banking?

As regras para implementação do Open Finance no Brasil preveem uma série de medidas de segurança, com base na LGPD, destacada acima. Por conta disso, os riscos de utilizar o Open Banking são os mesmos de você ter conta em algum banco.

Os seus dados são protegidos em várias camadas, independentemente deles estarem sendo compartilhados entre outras instituições ou não. Como falamos anteriormente, o Open Banking é seguro!

O custo dos serviços bancários e do crédito vão diminuir com o Open Banking?

É bem provável que haja um cenário positivo em termos de custos para os consumidores, já que existe uma tendência a um aumento da competitividade do mercado e a possibilidade de realizar a comparação das contas de diferentes instituições e seus respectivos produtos financeiros. 

Desta forma, a proposta é que o usuário passe a ter visão de toda a sua vida financeira em um só lugar e com acesso aos produtos mais adequados ao seu perfil e com taxas mais atrativas.

Como usar o Open Banking?

Desde meados de 2021, as instituições obrigatórias e voluntárias do Open Finance estão oferecendo a possibilidade dos clientes compartilharem seus dados com outras instituições. 

De forma geral, é possível definir quais dados você quer compartilhar e durante quanto tempo. 

Quais dados são compartilhados no Open Banking?

Por enquanto, as instituições precisam compartilhar entre elas os dados sobre canais de atendimento, além das informações sobre produtos e serviços de cada uma delas.

Já você pode optar por compartilhar seus dados cadastrais, informações de pagamentos e de transações, como o extrato da sua conta e do seu cartão de crédito.

No futuro, você também poderá compartilhar mais informações, como empréstimos, operações de câmbio, investimentos e seguros.

É possível cancelar um compartilhamento de dados?

Sim. O Open Banking tem a garantia de cancelamento. O usuário tem total independência para cancelar o compartilhamento quando quiser. 

Se você sabe o que é Open Banking e não está satisfeito, basta cancelar. Mesmo se quiser alterar algum ponto do compartilhamento já feito, é possível cancelar e fazer um novo sem problema nenhum. 

Como cadastrar Open Banking?

Para saber como se cadastrar no Open Finance, você precisa saber antes se a instituição financeira utilizada por você, faz parte do ecossistema. O site OpenBanking tem uma lista com as instituições participantes.

Depois, basta você conferir como a sua instituição faz o cadastro de consentimento. A maioria tem ícones de destaque nos aplicativos de internet banking.

As instituições podem usar os dados para qualquer coisa?

Não. As instituições somente podem usar os dados para fins definidos e acordados com o usuário que solicitou o compartilhamento de determinada informação.

Tem que pagar para usar Open Banking?

Não, ao consentir o compartilhamento dos seus dados com qualquer instituição não é necessário fazer o pagamento por isso.

Todos os bancos têm Open Banking?

Você pode consultar a lista com todas as instituições obrigatórias a participarem do Open Banking.

Agora que você sabe tudo sobre Open Banking e Open Finance, que tal conferir mais dicas para cuidar das finanças? Confira nossos conteúdos com dicas para cuidar do seu dinheiro.

Esse conteúdo foi útil? Deixe aqui sua avaliação

Média da classificação 4.8 / 5. Número de votos: 22

Compartilhe este Post:

Conteúdos relacionados