Golpe do FGTS: como evitar e o que fazer se cair em um

Aprenda a reconhecer os tipos de golpe do FGTS, confira dicas para se proteger e veja o passo a passo de como agir caso seja vítima

9 de junho de 2022

A liberação dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) trouxe uma nova realidade: cada vez mais, criminosos utilizam o golpe do FGTS para fazer vítimas.

Os casos mais comuns utilizam como isca o saque-extraordinário do FGTS, que pode ser feito pela internet. Nessa situação, os golpistas podem transferir até R$ 1 mil pelo aplicativo Caixa Tem de quem ainda não fez a retirada do dinheiro a que tem direito.

Isso acontece porque o valor disponível para saque é transferido diretamente pelo governo para a poupança social digital do trabalhador, que pode ser acessada pelo app.

A liberação desse saque começou em abril de 2022 e vai até 15 de dezembro. Cada beneficiário pode sacar em um determinado período, de acordo com a data do seu aniversário.

Com isso, mais de 42 milhões de pessoas terão direito ao saque, movimentando cerca de R$ 30 bilhões se todos os trabalhadores retirarem o dinheiro.

Mas como os criminosos têm acesso ao aplicativo da Caixa? Pela situação acima, você talvez já tenha sacado qual é a estratégia dos golpistas: eles tentam obter os dados das vítimas e, com essas informações, acessam o app.

Por essas e outras, uma das formas mais importantes de se proteger de golpes virtuais, sejam ligados ao FGTS ou não, é identificar situações suspeitas. E para isso é fundamental conhecer os tipos mais comuns de crimes.

Mesmo que a cada momento surja um novo golpe do FGTS, algumas dicas simples vão te ajudar muito a não cair na lábia de golpistas.

A partir de agora, vamos explicar como reconhecer os golpes do FGTS, quais são os principais tipos, como evitá-los e, também, como agir ao cair em um deles.

Quais são os golpes do FGTS?

O golpe mais comum acontece quando o criminoso acessa o aplicativo Caixa Tem de alguém que tenha direito ao saque-extraordinário do FGTS, mas ainda não realizou a retirada do dinheiro.

Ou seja, o dinheiro está disponível no app para que o trabalhador possa sacá-lo, mas antes disso o golpista transfere o dinheiro para outra conta.

Com os dados da vítima em mãos, ele consegue fazer o saque de até R$ 1 mil. E como isso é possível? Existem algumas maneiras.

Como funciona o golpe do FGTS na prática?

De alguma forma, os criminosos que acessam o aplicativo conseguiram obter dados da vítima. Isso acontece principalmente pela internet, quando o golpista se passa por uma empresa conhecida.

Leia mais: Como não cair em golpes na internet? 13 dicas de segurança

Entenda melhor cada uma das situações possíveis que permitem que o golpe do FGTS inativo aconteça.

Criminoso se passa por empresas conhecidas 

Esse tipo de golpe é conhecido por phishing. Por exemplo, você recebe um e-mail que parece muito com o da sua operadora de celular ou de grandes lojas e sites famosos. Lá, tem um link falso, e você clica nele sem saber.

O mesmo pode acontecer com links falsos enviados nas redes sociais, por SMS ou aplicativos de mensagens. Por isso é tão comum ler relatos de golpe do FGTS no WhatsApp.

Esses links normalmente estão associados a algum tipo de promoção ou benefício que, na verdade, são formas de atrair o clique da vítima. Com isso, depois de clicar, ele exige que você faça algum tipo de cadastro para resgatar a vantagem.

O suposto cadastro costuma pedir informações como o seu nome completo, CPF, endereço, telefone, data de nascimento, e-mail e até nome dos pais em alguns casos. É nessa hora que os criminosos podem obter os dados das vítimas.

Oferta de saques de valores maiores

Outro tipo de golpe do FGTS comum é quando o golpista entra em contato com a vítima e oferece a possibilidade de um saque de valores maiores, chegando a R$ 3,9 mil.

Um levantamento da PSafe, empresa de segurança digital, aponta que esse golpe já fez mais de 10 mil vítimas em todo o país

O mais importante aqui é entender como funciona o golpe: o criminoso muitas vezes se passa por uma empresa conhecida, que pode até ser a Caixa Econômica Federal, e envia um link com a oferta do saque. Para ter acesso ao dinheiro, a vítima deve fazer um cadastro.

Percebeu como é a mesma lógica dos ataques de phishing? Por meio de links desconhecidos, o criminoso leva a vítima a preencher um cadastro e, com isso, consegue ter acesso aos seus dados.

Esses mesmos dados, depois, são utilizados para acessar o aplicativo Caixa Tem e fazer o saque-extraordinário do FGTS a que a vítima tem direito.

Envio de notificações

Existem alguns casos em que, depois que a vítima faz o suposto cadastro e tem o dinheiro do FGTS roubado, ela é direcionada a uma página que solicita permissão para enviar notificações.

Por que isso é um problema? Se a pessoa aceitar as notificações, os golpistas podem utilizar esse recurso para enviar novas comunicações, que podem inclusive levar a vítima a cair em um novo golpe.

Antecipação falsa do saque

Outra abordagem possível é a oferta de antecipação do saque do FGTS, que também leva ao preenchimento do cadastro.

Nesse caso, é importante ter muito cuidado. Existem instituições sérias que oferecem a opção de antecipar a retirada do valor, como é o caso do PicPay, que permite a antecipação de até sete parcelas do saque-aniversário.

É fundamental checar nos canais oficiais da instituição financeira se essa opção existe e se a oferta que você recebeu foi feita pela própria empresa, e não por alguém mal-intencionado.

Leia mais: Como saber se uma instituição financeira é confiável?

Dados vazados

Foi consultar seu saldo do FGTS e percebeu que ele sumiu? Pode ser que você não tenha sido abordado por um golpista, mas ainda assim foi vítima de um golpe.

Isso porque outro tipo de golpe do FGTS que pode acontecer usa informações que foram obtidas por criminosos em vazamentos de dados.

Um vazamento de dados acontece quando há um incidente de segurança em que dados pessoais ou informações privadas são expostas sem autorização.

Infelizmente, não existe um jeito oficial de consultar se seus dados foram expostos, por exemplo. Isso porque eles podem estar disponíveis em bases de dados secretas.

Ah, aqui vale uma dica: se algum dado seu já tiver sido vazado e você souber disso, monitore sempre as suas informações, ok? Elas podem ficar mais suscetíveis a esse tipo de golpe.

Como evitar fraudes no FGTS?

Como você viu, os principais golpes do FGTS acontecem porque as vítimas clicaram em links desconhecidos e, com isso, acabaram com suas informações na mão de criminosos.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha feita em 2021 aponta que o medo de ataques cibernéticos entre os brasileiros é alto: 73% das pessoas diz que já foi vítima de alguma tentativa de golpe, como mensagens falsas ou senhas roubadas.

Com isso, os entrevistados pela pesquisa afirmam que buscam formas de se proteger. Mais de 80% asseguram que evitam clicar em links suspeitos. Já 75% evitam utilizar redes públicas de internet, enquanto 64% têm senhas diferentes para cada conta ou aplicativo.

Mas, afinal, quais são as formas mais efetivas para garantir sua segurança digital? Logo abaixo, você vai conferir como se proteger de golpes virtuais. Mas, antes disso, um lembrete muito importante.

Se um criminoso teve acesso aos seus dados, ele pode ir além do golpe no saque do FGTS, como fazer assinaturas de serviços online ou até abrir contas em instituições financeiras.

Por isso, se você foi vítima, não esqueça de conferir se isso aconteceu com você, beleza? Vamos às dicas!

Use canais oficiais para consultar informações

É fundamental sempre usar os canais oficiais para consultar informações sobre o saque do FGTS.

Para consultar o valor que vai ser liberado para saque no seu caso, utilize o aplicativo FGTS, disponível tanto para Android quanto para iOS.

Depois que a quantia for liberada, ela é disponibilizada na sua poupança social digital, e pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem, que também pode ser acessado nas versões Android e iOS.

Para mais informações, você ainda pode consultar o site oficial da Caixa.

Ah, e um lembrete: a Caixa alerta que não envia mensagens com solicitação de senhas, dados ou informações pessoais

O banco também não envia links e não pede confirmação de dispositivo ou acesso à conta por e-mail, SMS ou WhatsApp.

Fique atento aos aplicativos de mensagem

Muitas vezes, os aplicativos de mensagem, como WhatsApp, Telegram e até o Messenger, do Facebook, são as formas que os criminosos usam para abordar possíveis novas vítimas.

Então, vale redobrar a atenção com quem fala com você por ali. Confira as nossas dicas para se proteger de golpes do WhatsApp.

Nunca compartilhe seus dados

Desconfie sempre que alguém solicitar seus dados para alguma coisa. Em relação ao aplicativo Caixa Tem (e mesmo a outros apps!), nunca compartilhe informações como o seu usuário de login e a senha.

Isso vale para cadastros em links suspeitos, recebidos por e-mail, redes sociais ou SMS, e também para ligações.

No caso específico do FGTS, a Caixa também alerta a não aceitar a ajuda de estranhos, mesmo dentro das agências do banco. Se precisar de auxílio do atendimento, procure um empregado da Caixa devidamente identificado.

Alerte pessoas próximas

Muitas vezes, os criminosos que praticam golpes virtuais abordam pessoas idosas ou que não têm tantas informações sobre o funcionamento do saque-extraordinário e os riscos de compartilhar dados.

Por isso, além de se proteger e adotar medidas seguras no seu caso, por que não trocar uma ideia com seus pais, avós e outras pessoas próximas que possam estar vulneráveis? Pode evitar uma grande dor de cabeça.

Se quiser se aprofundar no assunto, vale conferir também as dicas para evitar e denunciar golpes virtuais pelo celular.

Meu FGTS foi sacado indevidamente. O que fazer?

E, afinal, o que fazer em caso de saque indevido FGTS? São três passos: ir a uma agência da Caixa, registrar um Boletim de Ocorrência e voltar ao banco para solicitar a abertura de um processo administrativo.

Entenda melhor o que fazer e a importância de cada uma das etapas.

Vá até uma agência da Caixa

A Caixa orienta que quem foi vítima do golpe do FGTS deve procurar uma agência do banco.

Para isso, tenha com você um documento de identificação, sua carteira de trabalho ou outro documento que comprove o término do vínculo trabalhista relacionado aos depósitos do FGTS.

Por que ir até a Caixa? Lá, você vai ter acesso às informações sobre o saque indevido do FGTS. Ou seja, quem realizou o cadastro em seu nome no aplicativo Caixa Tem,  onde e quando. 

Registre um Boletim de Ocorrência

Depois de procurar a Caixa e obter essas informações, você deve registrar um Boletim de Ocorrência. Nele, é importante incluir o máximo de detalhes sobre o que aconteceu, além das provas do saque indevido obtidas com a Caixa.

Muita gente deixa de lado a opção de fazer B.O., mas ele é muito importante, especialmente nesses casos. É o Boletim de Ocorrência que vai permitir que a Caixa abra um processo administrativo para contestar o saque realizado.

Abra um processo administrativo na Caixa

Depois de fazer o B.O., volte à Caixa com todas as informações registradas e solicite a abertura do processo. Depois disso, o banco tem o prazo de até 60 dias para dar um retorno à vítima para dizer se ela pode ser reembolsada.

Uma dúvida comum e muito relevante é: como recuperar FGTS roubado? Quem vai responder é a Caixa, quando tiver o retorno sobre o processo administrativo. 

Caso não seja possível ter o dinheiro de volta, a vítima tem a opção de procurar o Poder Judiciário.

Vale lembrar que, se você fez o saque do seu FGTS e transferiu o valor para o PicPay, ainda pode contar com o Seguro Carteira Digital, que auxilia na proteção da sua conta digital, cartão de crédito e muito mais.

Depois de solucionar a situação do seu FGTS, não se esqueça de continuar seguindo as melhores práticas para evitar novos crimes cibernéticos. Confira as principais dicas de segurança digital para se proteger!

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