Desenvolvedor cego incentiva inclusão no mercado de trabalho

Conheça a história de Josiel Santos, desenvolvedor Back-end no PicPay, um exemplo de inclusão no mercado de trabalho e inspiração profissional

31 de março de 2022 Atualizado em 10 de maio de 2022

Quase 1.500 quilômetros separam a cidade de Eunápolis, no Sul da Bahia, e a sede do PicPay em São Paulo. Apesar da distância, a tecnologia e a inclusão no mercado de trabalho permitiram que a história de Josiel Alves dos Santos, que é cego, se conectasse com a do maior aplicativo de pagamentos do país.

Foi também com a tecnologia no mercado de trabalho que Josiel se encontrou profissionalmente. Com tech em alta, traçou o seu destino rumo ao PicPay, atualmente como desenvolvedor back-end. Contudo, ele rechaça o rótulo de superação e levanta a bandeira da inclusão nas empresas.

“Problema todo mundo tem. Uns mais graves, outros menos graves. A cegueira é só mais um problema entre tantos outros. Pode ser um problema um pouco mais grave? Sim. Mas não tem essa questão de superar, porque todo mundo supera alguma coisa todo dia”, afirma.

Hoje, aos 26 anos, Josiel conta a própria história com orgulho. Programador autodidata, o baiano se interessou pela área já na infância, aos cinco anos de idade, durante uma aula de informática na escola. 

Curioso, ele passou a usar o computador de uma prima para pesquisar e acessar sites de pessoas cegas que disponibilizavam apostilas sobre programação. Com esse material, ele aprendeu a desenvolver em PHP e HTML.

Dali em diante, o programador não parou mais. Já com um computador próprio, seguiu utilizando apostilas e vídeos para se aprofundar e aprender novas linguagens. Satisfeito, ele afirma que, hoje, sabe “um pouco de muita coisa.”

Josiel entende que o apoio da família foi muito importante na sua trajetória profissional. Sem ele, não teria conseguido estudar. “Eu seria só mais um cego na Bahia que não sabe ler”, pontua o desenvolvedor.

Para poder receber uma educação adequada à sua condição, a mãe se mudou com ele para São Paulo para que pudesse estudar em uma escola para PCDs na cidade. 

Ao terminar os estudos, foi para o Rio de Janeiro. Após um período por lá, voltou para sua cidade natal, para ficar próximo da família. Mora sozinho em Eunápolis desde então, há dois anos e meio. 

Inclusão no mercado de trabalho para PCDs

Há um ano como PicPay Lover, o ainda jovem Josiel já tem muita bagagem dentro do mercado de trabalho tech. Ele trabalhou em outras empresas de tecnologia durante seis anos, antes de ter sido chamado para o processo seletivo para uma vaga no PicPay.

Leia mais: Conheça a história do PicPay contada pelo cofundador do app

O desenvolvedor relata que o processo foi longo, porque a empresa precisaria passar por algumas adaptações. A realidade, segundo ele, se estende por todo o mercado de trabalho

“O mercado nunca está preparado, pelo menos por todos os lugares que eu passei. Mas não é difícil, ao menos no meu caso. Só preciso de um computador onde eu possa instalar o leitor de telas e de pessoas dispostas a ajudar. Mandando um texto em vez de uma captura de tela, por exemplo.”

Leia mais: Transição de carreira: PicPay Lover entrou na tecnologia aos 43

Um levantamento do IBGE de 2019 aponta que apenas 28,3% das pessoas com deficiência em idade de trabalhar (14 anos ou mais) se posicionam na força de trabalho brasileira. As estimativas indicam que existam mais de 17 milhões de pessoas com deficiência no País.

Ações de diversidade e inclusão no PicPay

Em cada valor do PicPay, a diversidade é uma meta, acolhendo e respeitando as diferenças de cada pessoa. Para o Josiel, essa busca é perceptível e já tem gerado resultados.

“É possível perceber essa busca pela diversidade na prática. Os discursos têm se tornado realidade. Eu mesmo faço parte do recrutamento técnico da empresa hoje. A gente tem buscado incluir pessoas de grupos minorizados na nossa equipe.”

O gestor do Josiel, o Head de Engenharia Daniel Reis, explica que o trabalho do desenvolvedor impacta positivamente toda a equipe. A realidade dele faz com que as outras pessoas prestem mais atenção em alguns detalhes  do dia a dia que não são acessíveis e não são percebidos.

“Certa vez, ele fez uma apresentação mostrando como ele usa o computador, celular, como faz para desenvolver e como é seu dia a dia, mostrando que ele realmente passa por várias dificuldades por falta de acessibilidade, mas sempre tenta achar uma forma de resolver o que precisa”, ressalta Reis.

Além disso, Daniel Reis destaca atributos do funcionário que estão alinhados aos valores do PicPay, sobretudo determinação e disponibilidade, além da proatividade.

Leia mais: De programador em celulares quebrados a PicPay Lover

Josiel é bastante determinado nas coisas que se compromete a fazer, e dificilmente desiste de algo. Quando encontra alguma barreira, busca alternativas para superá-la e contornar a situação da melhor forma possível”, finaliza.

Pelo lado do Josiel, a cultura da empresa também reflete positivamente no trabalho dele. Segundo o programador, toda a equipe demonstra total disponibilidade para o ajudar, quando é necessário.  

PicPay Inclui: inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

O apoio à diversidade também se reflete no projeto PicPay ID, criado com o intuito de criar melhores condições de trabalho para grupos minorizados e fortalecer a experiência do colaborador: os PicPay Lovers são convidados a integrar grupos de afinidade:

  • Pride, que tem como missão amplificar a voz LGBTQIA+ na empresa;
  • Afro, que visa fortalecer a negritude dos PicPay Lovers;
  • Elas que Lutem Juntas, que tem o objetivo de apoiar e empoderar as mulheres no ambiente corporativo;
  • Inclui, que tem a meta de capacitar o crescimento pessoal, profissional, e social das Pessoas com Deficiência dentro do PicPay.

O Josiel faz parte do Inclui, projeto do PicPay que discute sobre a acessibilidade no ambiente de trabalho de uma maneira ampla: criando ambientes, produtos, serviços, programas e tecnologias acessíveis a todos. Para além disso, o baiano ressalta que o grupo serve como ponto de apoio. 

“Antes de mais nada, é um grupo onde todas as pessoas com deficiência do PicPay, que têm interesse, podem chorar em um local seguro. Só a gente sabe dos nossos perrengues.”

Mensagem para pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Mesmo estando há relativamente pouco tempo no PicPay, Josiel intermediou a contratação de mais três funcionários com deficiência visual. As vagas foram anunciadas por ele em um grupo de programadores.

Mais do que ajudar em possíveis contratações, Josiel busca incentivar o ingresso de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Para ele, todas as pessoas têm o direito de sonhar e alcançar os objetivos, mesmo sendo mais difícil para PCDs.

“Embora eu seja privilegiado, existem pessoas que não sabem nem ler o braile. Então é importante passar para as pessoas com deficiência, para os familiares, que tem espaço para elas. Que elas não precisam ficar encostadas. Que podem fazer o que quiserem.”

Leia mais: Quer trabalhar no PicPay? Conheça nossa cultura e veja dicas

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