Escolher entre CDB ou Tesouro Direto é uma das dúvidas mais comuns entre investidores de renda fixa. Ambos oferecem segurança e retornos previsíveis, mas suas características os tornam adequados para diferentes perfis e objetivos financeiros.
CDB x Tesouro Direto
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) e o Tesouro Direto são duas opções de investimento que compartilham uma característica essencial: você está emprestando dinheiro em troca de uma remuneração.
Quando você compra um CDB, está basicamente fornecendo capital para a instituição financeira, que, em troca, promete devolver o valor investido acrescido de juros. Os bancos usam esse dinheiro para financiar suas operações, como oferecer crédito a outros clientes.
Já o Tesouro Direto funciona de maneira semelhante, mas em vez de emprestar para um banco, você está emprestando dinheiro para o Governo Federal, ajudando a financiar a dívida pública, isto é, os projetos e operações do governo.
Embora ambos pertençam à categoria de renda fixa, suas regras e condições diferem significativamente, como veremos a seguir.
Segurança
Embora ambos sejam considerados seguros, o Tesouro Direto é respaldado pela garantia do Tesouro Nacional, tornando-o a opção mais segura do país – o Governo Federal garante a recompra dos papéis ou o recebimento do valor prometido no prazo.
O CDB, por outro lado, depende da solidez do banco emissor, mas conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que traz uma camada extra de segurança.
Rendimento
O rendimento varia de acordo com o tipo de título, vamos explorar os principais.
As opções no Tesouro Direto são:
- Tesouro Selic: rende conforme a taxa Selic (taxa básica de juros);
- Tesouro IPCA+: acompanha a inflação mais uma taxa fixa;
- Tesouro Prefixado: tem um rendimento fixo previamente acordado.
No CDB, o rendimento pode ser:
- CDB pré-fixado: taxa fixa acordada no momento da aplicação;
- CDB pós-fixado: geralmente atrelado ao CDI, que acompanha de perto a taxa Selic;
- CDB híbrido: combina um percentual do CDI com uma taxa fixa.
O retorno de cada modalidade depende das condições econômicas: o Tesouro Selic, por exemplo, é mais estável em momentos de queda de juros. Já os CDBs pós-fixados oferecem boas oportunidades em momentos de alta do CDI.
Prazos
Os prazos dos investimentos em CDBs e Tesouro Direto variam bastante e são um aspecto crucial a ser considerado ao escolher entre os dois. O prazo determina o período em que o seu dinheiro ficará investido e isso pode influenciar o rendimento do investimento.
Os CDBs oferecem uma ampla gama de prazos que podem variar de curto a longo prazo. Prazos curtos vão de 30 dias a 1 ano e, apesar de, em geral, terem menor rentabilidade, proporcionam flexibilidade para o investidor.
CDBs com prazos entre 1 e 3 anos, considerados médios, são bastante comuns, e na outra ponta, existem CDBs com prazos que ultrapassam 5 anos.
Leia mais: Como fazer uma reserva de emergência? Confira o guia
Os títulos do Tesouro Direto também possuem prazos variados, mas a estrutura é diferente: o Tesouro Selic de curto prazo costuma ter vencimentos entre 1 e 3 anos, enquanto títulos como Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ possuem prazos que vão de 3 a 10 anos.
Alguns títulos do Tesouro Direto têm vencimento que pode se estender por mais de 20 anos.
Liquidez
A liquidez dos CDBs pode variar amplamente, dependendo das condições oferecidas pelo banco emissor. Existem CDBs com liquidez diária, que permitem que o investidor resgate o valor investido a qualquer momento, sem penalidade.
Por outro lado, muitos CDBs têm prazos fixos e não permitem resgates antecipados sem penalidades. Portanto, é importante garantir que o prazo do CDB esteja alinhado com suas necessidades de liquidez antes de investir.
Já os papéis do Tesouro Direto podem sempre ser vendidos antes do prazo. Mas, no caso de títulos como o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+, você pode enfrentar perdas caso o mercado esteja desfavorável no momento da venda.
Leia mais: Investimento em renda fixa tem risco?
Isso ocorre porque o preço dos títulos pode variar conforme as condições econômicas e as taxas de juros. Essa variação é bem menor no Tesouro Selic, que é conhecido por sua alta liquidez e por ser uma opção para quem busca acesso rápido aos recursos.
Custos e tributação
No Tesouro Direto há uma taxa de custódia cobrada pela B3, que é a bolsa de valores brasileira, onde os títulos são negociados.
Esta taxa, atualmente, é de 0,20% ao ano sobre o valor investido, e é descontada semestralmente. Embora seja uma taxa relativamente baixa, ela reduz ligeiramente o rendimento do investimento.
Em geral, os CDBs não possuem taxas diretas associadas à compra ou manutenção. Isso significa que você não paga uma taxa específica para manter o CDB em sua carteira de investimentos.
No entanto, algumas instituições podem cobrar taxas em situações específicas, como para resgates antecipados ou serviços adicionais relacionados ao CDB.
É possível que o banco emissor do CDB cobre tarifas administrativas ou de manutenção, dependendo da oferta. Por isso, é essencial ler os termos e condições do CDB e verificar as políticas do banco para entender todas as possíveis taxas envolvidas.
A tributação sobre os investimentos em CDBs e Tesouro Direto segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, o que significa que a alíquota diminui com o tempo de aplicação.
As alíquotas são:
- 22,5%: Para resgates realizados em até 180 dias do investimento.
- 20%: Para resgates realizados entre 181 e 360 dias.
- 17,5%: Para resgates realizados entre 361 e 720 dias.
- 15%: Para resgates realizados após 720 dias.
Além disso, em ambos os casos, é preciso pagar o IOF em resgates feitos nos primeiros 30 dias de aplicação. Após esse período, o IOF não é mais cobrado.
Garantia: Tesouro Nacional x Banco Privado e FGC
Como mencionado anteriormente, o Tesouro Direto é garantido pelo Tesouro Nacional, que é o órgão responsável pela administração da dívida pública brasileira.
A garantia do Tesouro Nacional é considerada a mais sólida e confiável, uma vez que o governo tem a capacidade de gerar recursos para honrar seus compromissos financeiros.
Devido a essa garantia soberana, o Tesouro Direto é visto como o investimento mais seguro do país. Mesmo em períodos de instabilidade econômica, o risco de inadimplência do governo é muito baixo comparado a instituições privadas.
Já os CDBs são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos. O FGC oferece uma garantia que cobre até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira em caso de falência do banco emissor.
Essa proteção se aplica a depósitos em CDBs, poupança e outros produtos de renda fixa oferecidos pelos bancos.
Embora a cobertura do FGC seja uma importante camada de proteção, ela tem limitações. Se você investir valores maiores em um único banco e essa instituição enfrentar problemas financeiros, apenas os primeiros R$ 250 mil serão garantidos.
CDBs emitidos por bancos de renome e com boa saúde financeira tendem a ter um risco muito baixo, semelhante ao Tesouro Direto.
No entanto, CDBs de bancos menores ou instituições financeiras que oferecem retornos muito altos podem representar um risco maior. É essencial avaliar a solidez do banco emissor antes de investir.
O que rende mais: CDB ou Tesouro Direto?
A pergunta sobre qual investimento oferece maior rendimento, CDB ou Tesouro Direto, não tem uma resposta simples.
Isso porque o retorno de cada um desses produtos pode variar de acordo com uma série de fatores, incluindo o tipo de título, o indexador, o cenário econômico e a duração do investimento.
Por exemplo, em um ambiente de alta de juros, CDBs que pagam um percentual do CDI podem ter um desempenho superior ao Tesouro Selic.
No entanto, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ podem oferecer rendimentos ainda mais interessantes, dependendo da magnitude da alta de juros e da inflação.
Leia mais: Aprenda a proteger seu dinheiro da inflação com investimentos
A inflação também desempenha um papel importante. Em um cenário de alta inflação, o Tesouro IPCA+ pode ser mais vantajoso, pois garante uma rentabilidade real acima da inflação.
Já CDBs com taxa fixa podem ser menos atraentes se a inflação for alta e o rendimento não compensar a perda do poder de compra.
O que é melhor: CDB ou Tesouro Direto?
A análise do que é melhor entre CBD e Tesouro Direto deve ser baseada em uma análise cuidadosa do seu perfil de investidor e dos seus objetivos financeiros.
Investidores que buscam segurança máxima, por exemplo, podem preferir o Tesouro Selic. Mas os CDBs atrelados aos CDI têm o potencial de oferecer rendimentos superiores – sendo uma boa opção para quem está disposto a assumir algum risco em troca de rendimentos potencialmente mais altos.
Vale lembrar que a diversificação é uma estratégia essencial para gerenciar riscos e otimizar rendimentos.
Enquanto o Tesouro Direto oferece segurança máxima, os CDBs podem proporcionar retornos superiores. A combinação desses investimentos pode ajudar a equilibrar a segurança e o potencial de retorno.
Leia mais: Otimize rendimentos com CDI: veja impactos no seu investimento
Além disso, em um ambiente econômico em mudança, ter uma carteira diversificada entre Tesouro Direto e CDBs permite que você se beneficie de diferentes condições de mercado.
A diversificação também pode ajudar a maximizar a rentabilidade ao permitir que você aproveite as melhores características de cada tipo de investimento.
Quer dizer, a escolha entre CDBs e Tesouro Direto deve ser feita com base no seu perfil de investidor, objetivos financeiros e no ambiente econômico atual.
Avaliar suas necessidades e objetivos financeiros é fundamental para fazer uma escolha informada e alcançar suas metas financeiras de maneira eficiente.
Tesouro Direto ou CDB: Simulador
Utilizar simuladores de investimento pode ser uma ferramenta valiosa para entender melhor os possíveis retornos e adequar suas escolhas ao seu perfil e objetivos.
O próprio site do Tesouro Direto oferece um simulador que permite calcular os rendimentos dos diversos tipos de títulos públicos.
Você pode inserir o valor investido, o tipo de título (Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, Tesouro IPCA+), e o prazo de investimento para obter uma estimativa dos possíveis retornos.
O simulador está disponível no site do Tesouro Direto e é gratuito.
Também existem vários simuladores online oferecidos por corretoras e plataformas de investimento que permitem calcular os rendimentos de CDBs.
Esses simuladores geralmente solicitam informações como o valor do investimento, o prazo, a taxa oferecida (em percentual do CDI) e o tipo de CDB (pré ou pós-fixado).
Utilizar simuladores de CDB pode ajudar a comparar diferentes ofertas e escolher a que oferece o melhor retorno potencial. Alguns simuladores também permitem comparar CDBs com outros tipos de investimentos, como Tesouro Direto, para uma análise mais ampla.
Lembre-se de que os resultados simulados são apenas estimativas e não garantem retornos futuros.
As simulações fornecem estimativas baseadas em informações e condições atuais. No entanto, o cenário econômico pode mudar, afetando as taxas de juros, a inflação e, consequentemente, os rendimentos dos investimentos.
Invista em CDB pelo PicPay
O PicPay oferece uma ampla gama de opções de CDBs, com mais de 50 alternativas em seu portfólio, incluindo tanto CDBs próprios quanto de terceiros. E você pode começar com R$ 100,00, uma ótima oportunidade para investir com pouco dinheiro.
Investir em CDBs pelo PicPay é uma maneira prática e acessível de diversificar seus investimentos e aproveitar as oportunidades que esse tipo de produto financeiro pode oferecer. É fácil e pode ser feito diretamente pelo aplicativo:
- Acesse a sua Carteira;
- Toque em Investir;
- Na lista de CDBs, escolha a opção que você prefere;
- Digite o valor que quer investir;
- Revise os dados e confirme.
E não esqueça de ficar ligado no Blog PicPay para saber tudo sobre investimentos.