O que é renda fixa e como investir nessa modalidade

O que é renda fixa? Confira o guia completo sobre esse tipo de investimento, cada vez mais buscado

21 de novembro de 2023

Se você está entrando no mundo dos investimentos, já deve ter se deparado com termos como renda fixa e renda variável, não é mesmo? Neste conteúdo, vamos explicar o que é renda fixa e te ensinar como investir.

O que é renda fixa? 

Na renda fixa, os investimentos têm regras de rendimentos já definidas no momento da aplicação. Ou seja, antes de investir, você já sabe o indexador, a liquidez e quanto pode render.

O importante é entender que quando o investidor escolhe a renda fixa, ele geralmente está comprando um título de dívida de uma empresa, de um banco ou do próprio governo, já que essa modalidade de investimento é baseada em empréstimos. 

https://youtu.be/QpDSetQ0sqQ

Como funciona a renda fixa? 

Quando um banco quer conceder financiamento, uma empresa quer expandir seu negócio ou o próprio governo quer pagar despesas, eles emitem títulos de dívidas que podem ser comprados por investidores.

Ou seja, ao aplicar dinheiro na renda fixa, você está emprestando o dinheiro para aquela instituição, e como em todo empréstimo, nesse tipo de investimento existe uma taxa de juros paga em troca.  

Leia mais: Quanto rende emprestar dinheiro a juros? Saiba como comparar

Por isso, quando você for resgatar esse dinheiro, recebe um valor mais alto do que foi investido. E é assim que se ganha dinheiro nessa modalidade de investimento.

O que é um indexador?

O indexador é um índice de referência para o rendimento de um ativo. Aqui, vamos trabalhar com três: a taxa Selic, o CDI e o IPCA, que mede a inflação.  

Selic 

De forma direta e reta: a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Mas o que isso significa? A Selic é a taxa de financiamento diário do governo. 

Segundo o próprio Banco Central, o nome da taxa Selic vem da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Esse sistema é do BC e nele acontecem as transações de títulos públicos federais.  

Nesse caso, os investimentos que têm rendimentos atrelados à Selic, se tornam mais vantajosos em ciclo de altas da taxa.  

Por ser a taxa básica de juros do país, ela ainda interfere em todas as outras taxas: se ela sobe, as taxas que você paga no cheque especial ou para financiar uma casa, por exemplo, também tendem a subir. O mesmo acontece com o CDI. 

CDI

Já o CDI é a taxa de juros dos empréstimos interbancários. Mas o que isso significa na prática? A gente te explica. 

Vamos imaginar a seguinte situação: chega no final do dia e o banco “X” não tem saldo positivo. Para ficar dentro da regra do BC, ele resolve pegar dinheiro emprestado com o banco “Y”. 

E como todo empréstimo tem taxa de juros, é aí que entra o CDI. Um título de empréstimo emitido em um prazo curtíssimo, de um dia só, para os bancos fecharem o dia no azul emprestando dinheiro entre si. 

Vale a pena lembrar que a taxa de CDI está diretamente ligada à Selic, que é a taxa de juros básica da economia. A conta é fácil: se a Selic estiver em alta, o CDI também estará. 

Nesse cenário, pode ser mais vantajoso pensar em investimentos atrelados ao CDI. O contrário também acontece: quando a Selic e o CDI caem, as aplicações ligadas a esses indicadores passam a render menos.  

Neste conteúdo sobre o que é CDI, você pode entender melhor sobre os empréstimos entre as instituições financeiras, como acontecem e por que são realizados. 

IPCA 

Aqui no Brasil, o principal indicador de inflação é medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele monitora os produtos e serviços em 16 capitais e regiões metropolitanas todos os meses. Na conta, estão os preços de nove grupos:  

  1. Alimentos e bebidas;
  2. Transportes;
  3. Habitação;
  4. Artigos de residência;
  5. Vestuário;
  6. Saúde e cuidados pessoais;
  7. Despesas pessoais;
  8. Educação;
  9. Comunicação.

O preço da gasolina e até de transportes por aplicativo estão dentro do grupo de transportes, por exemplo. É importante destacar que cada uma dessas categorias têm um peso próprio na conta final.  

Pelo nome IPCA, dá para ter uma noção do porquê dele ser usado como referência da inflação. 

Esse é um índice amplo, que traz dados das principais regiões do país e de uma população que recebe de 1 a 40 salários mínimos. Outros índices de inflação têm um foco mais específico. 

Por isso, quando há previsão de alta na inflação, os ativos ligados a esse indexador se tornam mais atrativos, já que a rentabilidade do investimento pode ser maior nesse cenário.  

Rentabilidade 

A rentabilidade é o retorno financeiro que um investimento pode te dar. Ou seja, ao investir, a ideia é resgatar mais dinheiro no final da operação. E quando isso acontece, esse dinheiro extra representa a rentabilidade.

Aí existem duas formas de saber quanto você pode ganhar no final: 

1. Com título pré-fixado

Nesse tipo de opção, você já fica sabendo qual vai ser a rentabilidade do seu investimento no dia que você aplicar o dinheiro. Ou seja, a rentabilidade é congelada e não varia ao longo do tempo. 

2. Título pós-fixado 

Aqui acontece o contrário. A rentabilidade varia ao longo do tempo, acompanhando o indexador. Ou seja, você só vai saber quanto ganhou no dia que resgatar seu dinheiro. 

Liquidez 

Investiu mas decidiu resgatar? A rapidez com que esse dinheiro volta para a sua conta é a liquidez do investimento. Se a liquidez for imediata, conhecida como D+0, você pode retirar seu dinheiro no momento que quiser. 

Na liquidez diária, ou D+1, demora um dia útil para que esse valor fique disponível para você, contando a partir da solicitação de resgate. 

Tanto a D+0 quanto a D+1 são classificadas como alta liquidez, opções mais atrativas para quem procura fazer uma reserva de emergência, por exemplo. 

Existe também a liquidez de vencimento, em que você pode resgatar seu dinheiro só depois de um prazo, que pode ser de alguns meses ou até de anos. Essa opção é classificada como baixa liquidez.

Justamente pelo prazo maior, aqui o rendimento costuma ser mais atrativo. Mas vale lembrar que se acontecer alguma emergência e você precisar desse dinheiro, é mais difícil transformar o investimento em dinheiro físico.  

Renda fixa tem risco?

Os investimentos de renda fixa têm riscos mais baixos, maior previsão de qual será o rendimento do dinheiro e são impulsionados pela taxa de juros que é historicamente alta no Brasil, o que torna essa modalidade uma das preferidas dos brasileiros.  

Apesar disso, como em qualquer investimento, por menos riscos que apresentem, você pode perder dinheiro. Confira os principais cenários de risco.  

Leia mais: Investimento em renda fixa tem risco?

Falência do emissor

Existe a possibilidade de o emissor de um título não conseguir devolver o dinheiro investido, isso acontece, por exemplo, quando a instituição quebra e vai à falência. 

São nesses casos que o chamado Fundo Garantidor de Créditos (FGC) atua, garantindo um seguro de até R$ 250 mil ao cliente.

Taxa de Juros  

Nesse caso, os títulos pós-fixados e atrelados à Selic são os mais expostos ao risco da taxa de juros, já que o nível da taxa impacta diretamente no rendimento. 

Sendo assim, se a taxa de juros cair ao longo do prazo do investimento, o investidor pode ter uma rentabilidade menor do que o esperado.     

Inflação  

Aqui, o modus operandi se assemelha ao do risco da taxa de juros. Ou seja, os ativos atrelados ao IPCA são os mais expostos a esse risco. 

Em um cenário onde já se espera uma alta da inflação, por exemplo, pode ser melhor investir em ativos pós-fixados indexados à inflação.

Nos títulos prefixados, o risco é ter inflação acima do esperado e o dinheiro não render o suficiente.    

Tributação 

Quase todo investimento sofre algum tipo de tributação. Ou seja, há uma cobrança de impostos em cima do rendimento daquele ativo. Mas essa quantidade varia de investimento para investimento.

Aqui, vamos falar do Imposto de Renda e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e, mais para frente, você descobre como essas taxas funcionam em cada produto da renda fixa. 

Imposto de Renda (IR) 

O Imposto de Renda sempre é cobrado em cima do rendimento do investimento. No caso da renda fixa, esse imposto é aplicado de forma regressiva. 

Ou seja, quanto maior o prazo de resgate, quanto mais tempo você deixa seu dinheiro investido, menor vai ser o IR. Confira a relação na tabela abaixo: 

Imposto de operação financeira (IOF) 

Nesse tributo, só acontece o esquema regressivo, como no IR, em investimentos de resgates antecipados em prazos inferiores a 30 dias. 

Depois desse prazo, o IOF pode chegar a 0. E, como acontece no IR, o tributo só é aplicado em cima do rendimento. 

Quais são os investimentos em renda fixa?

Agora que você já sabe os princípios básicos da renda fixa, é hora de conhecer os produtos de investimento dessa modalidade.

1. CDB

O primeiro é o Certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB.

Ao investir em CDBs, o investidor empresta dinheiro para o banco e, por sua vez, o banco empresta esse dinheiro para outra instituição financeira.

A taxa de rendimento do CDB está atrelada à variação de um índice, geralmente ao CDI, que é a taxa de empréstimos interbancários, como já abordamos aqui.

O CDB é uma das principais formas de os bancos se financiarem e captarem dinheiro no mercado. Como eles são de renda fixa, a remuneração que os bancos vão pagar é definida  já no momento do investimento.    

Como investir? 

Os CDBs são oferecidos a investidores por bancos de todos os tamanhos. Aqui no PicPay, existem diversas opções de CDBs para você investir, com retornos atrativos e taxas pré e pós-fixadas.

Vale lembrar que o tempo de aplicação, a liquidez e o valor mínimo de investimento variam de CDB para CDB. Aí é só escolher o que se encaixa melhor no seu perfil.   

Leia mais: CDB PicPay: confira as opções disponíveis no app

2. Tesouro Direto 

Enquanto nos CDBs você empresta dinheiro para bancos, por exemplo, no Tesouro Direto você empresta dinheiro para o próprio governo. Por isso, ele é considerado uma opção com risco muito baixo. 

Aqui vale um parêntese: a venda de títulos públicos é forma que o governo da maioria dos países encontra para financiar seus projetos. É um dinheiro que entra além do que é recolhido com impostos.  

Como investir?  

Para investir nesses títulos, você precisa ter uma conta em uma corretora, mas pode também fazer as operações de compra e venda no próprio site ou aplicativo do Tesouro Direto

O interessante da plataforma é que você consegue simular o quanto você pode ganhar em cada opção do Tesouro. Além disso, é possível comparar o rendimento do título com o rendimento da poupança. 

O Tesouro Direto oferece basicamente três tipos de títulos, cada um com um tipo de rentabilidade. Anota aí: o Tesouro IPCA+, o Tesouro Selic e o Tesouro Prefixado. 

Tesouro IPCA + 

O Tesouro IPCA+ é um investimento emitido pelo Tesouro Nacional que vai pagar o valor da inflação em um período mais uma remuneração extra. É a junção desses dois tipos de pagamentos que deixam ele interessante. 

Ele também é conhecido pela sigla NTN-B, de Notas do Tesouro Nacional série B.  

Com o Tesouro IPCA+, você tem um rendimento real. Isso significa que você   garante um rendimento acima da inflação. 

Então, um tesouro IPCA+6% com vencimento para 2025, por exemplo, vai render até lá uma remuneração que acompanha o IPCA e ainda vai pagar mais 6% de ganho real. 

A taxa de juros real, que você contratou como 6%, oscila todos os dias. Os agentes de mercado vão mudando as expectativas para os juros conforme se tem notícias sobre a economia.

Essa oscilação faz o valor do título subir ou descer. Essa dinâmica de oscilação dos preços dos títulos IPCA+ se chama marcação a mercado. 

Tesouro Selic 

O Tesouro Selic é um investimento emitido pelo Tesouro Nacional que vai render um valor atrelado à taxa Selic (a taxa de juros básica da economia brasileira) somada a uma pequena taxa adicional definida no momento do investimento. 

Esse título também é chamado de Letra Financeira do Tesouro (LFT). 

Um título Tesouro Selic com vencimento para 2025, por exemplo, vai pagar até lá uma remuneração que acompanha a oscilação da taxa Selic no dia a dia mais um percentual adicional definido previamente. 

Vale explicar que o Tesouro Selic paga o que chamamos de taxa Selic efetiva ou Selic Over e não a taxa Selic Meta, que é a definida pelo Banco Central.

A Selic Over é definida pelo mercado de transação de títulos públicos de acordo com a média ponderada de todas as operações. Ela costuma ser um pouco mais baixa que a taxa Selic Meta.  

Os investimentos em Tesouro Selic são bastante parecidos com os CDBs oferecidos por bancos. Os CDBs também usam uma taxa que acompanha a Selic para definir a remuneração, chamada de CDI.

A diferença é que os títulos oferecidos pelo governo são considerados mais seguros. Por isso, a maioria dos CDBs pagam um percentual a mais em cima do CDI. 

Tesouro Pré-Fixado 

O Tesouro Pré-Fixado, também conhecido como Letra do Tesouro Nacional (LTN), funciona como qualquer outro tipo de título com essa forma de rentabilidade. 

Nessa modalidade, antes de investir, você já sabe qual será seu retorno financeiro real.  

Isso quer dizer que o seu rendimento não está atrelado a nenhum indicador da economia, diferentemente dos outros tipos de títulos. O Tesouro Nacional define a taxa de remuneração anunciada antes com base nos contratos de juros futuros. 

Esses contratos são negociados na bolsa brasileira, a B3, e oscilam diariamente. Acontece que a taxa Selic também pode impactar o mercado de juros futuros.  

LCI e LCA

Uma LC nada mais é que uma letra de crédito. Elas podem ser agrícolas, como é o caso da LCA, ou imobiliárias, no caso da LCI. 

Todas elas são emitidas por instituições financeiras que direcionam o dinheiro captado para o agronegócio ou para o setor imobiliário, isso tudo ocorre por meio de empréstimos.  

Traduzindo: o banco pega seu dinheiro emprestado para investir em um desses dois setores, aí varia de acordo com a escolha do ativo. 

Essa é a principal função desse tipo de investimento: ajudar a financiar empreendimentos de produtores rurais ou do setor imobiliário. Em troca, eles pagam juros que vão para os bolsos dos investidores.    

Como investir? 

Aqui segue a mesma linha dos outros investimentos: procurar um banco ou uma corretora para fazer a compra. 

O valor mínimo de investimento varia de opção para opção.

No PicPay, você pode começar a investir em renda fixa a partir de R$100,00. Confira o catálogo aqui:

CRA e CRI 

CRIs e CRAs são siglas para certificado de recebíveis. Eles podem ser do setor imobiliário, no caso dos CRIs, ou do agronegócio, no caso dos CRAs.  

Assim como as LCIs e as LCAs, esses investimentos ajudam o setor imobiliário e do agronegócio a se desenvolver. Mas no caso dos CRIs e CRAs, não são os bancos que emitem o crédito, mas sim empresas chamadas de securitizadoras. 

Elas servem para conectar o produtor rural, por exemplo, com o investidor.    

Imagine que um produtor rural precise de R$ 1 milhão para expandir sua produção. Ele procura uma securitizadora. 

A partir daí, a empresa capta esses recursos com investidores. Depois de um tempo, essas pessoas recebem o dinheiro de volta com juros. 

Quando a gente fala dos CRIs, a mesma lógica pode ser aplicada ao mercado imobiliário.    

Debêntures 

Nesse tipo de investimento, o investidor empresta dinheiro para uma empresa. Ou seja, quando uma empresa precisa de dinheiro para algum projeto, ela emite as debêntures, que nada mais são do que títulos de dívidas. 

Ao comprar uma debênture, o investidor vira “dono” de uma parte dessa dívida emitida pela empresa e receberá, então, uma remuneração com as regras definidas na largada, geralmente a partir de uma taxa prefixada. 

Essa remuneração paga aos chamados debenturistas pode ser em juros periódicos, que serão somados ao pagamento principal do investimento quando o título vencer. 

Em geral, a emissão de debêntures em uma empresa é decidida em uma assembleia geral de acionistas.      

Vale lembrar que as debêntures até podem ser convertidas em ações pela empresa, mas apenas se elas forem do tipo conversíveis, conforme definido na emissão.  

Leia mais: Renda fixa e renda variável. Entenda a diferença

Comparando os investimentos

Tabela com comparação entre modalidades de investimento em renda fixa. 

Como investir pelo PicPay

No PicPay, você encontra diversas opções para fazer seu dinheiro render mais, como:

  • Conta que rende; 
  • Cofrinhos que rendem a 102% do CDI;
  • CDBs próprios e de terceiros;
  • LCIs e LCAs exclusivas;
  • Mais de 100 fundos de investimento;
  • Investimento em Empresas, que rende a mais de 1% bruto ao mês, onde você pode investir a partir de R$50,00.

Leia mais: Como investir no app do PicPay: conheça as opções disponíveis

Agora que já sabe o que é Renda Fixa, se quiser mais dicas do mercado de investimentos e de planejamento financeiro de modo geral, acesse nossa editoria especializada no Blog do PicPay.

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