Tecnologia no mercado de trabalho na visão do CTO do PicPay

Phil Calçado fala sobre sua carreira, explica por que voltou a uma empresa brasileira e conta como enxerga, hoje, a tecnologia no mercado de trabalho

4 de abril de 2022 Atualizado em 9 de agosto de 2022

Trabalhar com tecnologia no mercado de trabalho, especialmente no PicPay, é encarar desafios que poucas empresas, no Brasil ou no exterior, proporcionam. Essa é a visão de Phil Calçado, Chief Technology Officer (CTO, ou diretor de Tecnologia em português) do PicPay.

CTO do PicPay aborda questões em torno da tecnologia no mercado de trabalho

Com mais de 20 anos de experiência em empresas como SoundCloud, WeWork, ThoughtWorks, DigitalOcean, Meetup e SeatGeek, Phil chegou à empresa em janeiro de 2022.

Nesta entrevista, ele explica porque decidiu voltar a trabalhar em uma companhia brasileira, fala sobre tecnologia e inovação e de como é trabalhar nessa área no PicPay.

O desafio é tão único, na sua visão, porque o PicPay reúne características de empresas do setor financeiro e também de companhias com foco no usuário e suas relações, como as redes sociais.

“O tipo de tecnologia que construímos aqui tem todas as características de performance, segurança e robustez de qualquer fintech com a escalabilidade e possibilidades de redes sociais com milhões de usuários. Isso não é muito comum de achar.”

Phil Calçado, CTO do PicPay

Conheça mais sobre o CTO do PicPay abaixo e descubra como é trabalhar com tecnologia, uma das profissões mais valorizadas no mercado de trabalho, no time do maior app de pagamentos do país.

Por que você decidiu trabalhar no PicPay?

Nos últimos dez anos eu tenho namorado a ideia de trabalhar mais próximo do mercado brasileiro. Mesmo trabalhando em empresas de fora, sempre fiz questão tanto de montar times no Brasil quanto trazer produtos para o mercado nacional. Por exemplo, quando começamos a traduzir a SoundCloud para outras línguas além do inglês, Português do Brasil foi a primeira a entregarmos.

O PicPay veio como uma oportunidade única. Aqui eu posso utilizar minha experiência escalando empresas de tecnologia de nível global para expandir um serviço 100% brasileiro. E, tendo vivido em alguns países pelo mundo, também posso afirmar que um produto que reúne a simplicidade e sofisticação do PicPay só pode ser construído num país que tem um sistema bancário avançado como o brasileiro, que é raridade no mundo.

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Como foi acompanhar tantos anos o mercado de tecnologia fora do Brasil e agora voltar a uma empresa brasileira?

Está sendo uma experiência fascinante. Sempre me mantive conectado com a comunidade brasileira ao palestrar em eventos, participar de podcasts e conversar bastante com empresas e grupos nacionais. A pandemia fez esse contato mais fácil, já que todas as experiências viraram online. Entre 2020 e 2021, eu provavelmente participei mais da comunidade de tecnologia nacional do que qualquer outro ano desde 2006. 

Mas mesmo esse contato não me deu a visão completa. Uma coisa é a comunidade de desenvolvimento de software, na qual ideias, inovações e tecnologia fluem livremente sem muitas barreiras. É diferente quando a tecnologia não é o fim por si só, mas a ferramenta para atingir um objetivo que realmente impacta a sociedade, como o nosso objetivo no PicPay de revolucionar a relação das pessoas com o dinheiro. Quando você tem que traçar uma estratégia tecnológica para atender um fim como esse, tem que levar em conta tanto a nossa cultura única bem como as características e peculiaridades do mercado brasileiro. Esta é exatamente a experiência que eu estava procurando ao entrar no PicPay e todo dia aprendo uma ou vinte coisas novas.

Na sua visão, como a tecnologia financeira tem mudado o mercado atualmente?

Eu gosto de responder a essa pergunta falando sobre o primeiro website de comércio eletrônico em que trabalhei, por volta do ano 2000. Naquela época, coisas que hoje são banais, como conexões seguras entre usuário e sites, não existiam. Os sites que nós criávamos eram basicamente catálogos. Você escolhia os produtos que queria comprar e fazia um pedido, deixando seu telefone. Depois de algum tempo, talvez dias, alguém te ligava para dizer se o que você queria tinha em estoque ou não, e pedir os dados do seu cartão de crédito — nessa época de velho-oeste, dizer seus dados por telefone era infinitamente mais seguro do que via internet!

Como pessoas interessadas em tecnologia, nós sonhávamos com o que as revistas de informática chamavam de micropagamentos, que é a habilidade de pagar via internet por algo de valor relativamente pequeno, como uma cerveja ou uma camiseta do seu super-herói favorito.

Passando para hoje, a tecnologia como um todo evoluiu até um ponto em que, hoje em dia, não só é viável fazer pequenas transações como essas, bem como é mais barato e eficiente para o comprador, o vendedor e a instituição de pagamento. Se você observar de perto, essa facilidade e eficiência são responsáveis por muito de como nos relacionamos com o mundo e com as pessoas ao nosso redor. Comércio e troca em geral foram responsáveis por nos organizarmos em cidades e nações milhares de anos atrás, e a evolução tecnológica é fundamental em um mundo cada vez mais global.

Poderia resumir como é a área de tech hoje no PicPay e os principais desafios que o time precisa resolver?

Aqui no PicPay nós acreditamos muito em autonomia e responsabilidade. Temos diversas divisões que focam em grupos específicos de produtos ou usuários. Essas unidades têm controle sobre as funcionalidades e eventuais sistemas que constroem. Como principal executivo de tecnologia, meu papel é compilar e promover a nossa estratégia tecnológica e prover pessoas desenvolvedoras em cada uma dessas unidades com plataforma, processos e ferramentas que ajudem a executar essa estratégia. 

Saiba mais sobre a área tech do PicPay no vídeo abaixo:

Na sua visão, por que um profissional de tecnologia deve escolher trabalhar no PicPay?

Sinceramente, não consigo imaginar muitas empresas, no Brasil ou fora, que tenham desafios similares aos nossos aqui.

De uma maneira geral, se a gente puder dividir a indústria de tecnologia entre empresas do setor financeiro, como um desses bancos digitais que surgem todo dia, e uma empresa que tenha foco no usuário e suas relações, como as redes sociais, no PicPay, nós somos os dois.

Gerenciamos bilhões de reais todos os dias, trafegando entre milhões de usuários. Nossos aplicativos fazem parte da vida e do dia a dia do usuário, e nossa vida é muito mais que depósito/retirada/investimento do banco. Você interage com o pipoqueiro da esquina, divide a conta do restaurante com um amigo, manda um presente de aniversário para o afilhado. O PicPay está em todas essas interações e em muitas outras.

O tipo de tecnologia que construímos aqui tem todas as características de performance, segurança e robustez de qualquer fintech, com a escalabilidade e as possibilidades de redes sociais com milhões de usuários. Isso não é muito comum de achar.

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Qual é o perfil de profissional de tecnologia que o mercado mais busca hoje em dia?

Uma empresa como o PicPay, na qual temos de tudo, desde sistemas contábeis até redes sociais, procura profissionais que tenham uma ou algumas especializações, mas que saibam navegar bem entre diversas áreas. Se a pessoa for produtiva apenas em uma ou outra tecnologia ou paradigma, certamente tem seu lugar, porém acaba limitando suas oportunidades.

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Como você vê as oportunidades hoje em tecnologia no mercado de trabalho?

Na minha visão, a maior diferença de hoje para cinco ou dez anos atrás é que não temos mais uma divisão entre “empresas de tecnologia” e o resto. Hoje em dia, qualquer empresa, de qualquer indústria, precisa se tornar uma empresa de tecnologia.

Isso obviamente gera uma demanda enorme por profissionais qualificados. Atualmente, trabalhar em tecnologia proporciona oportunidades incríveis para todos, de iniciantes a pessoas mais experientes.

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Um conselho que acho importante, entretanto, é entender que essa é uma fase do mercado. Trabalho com tecnologia há mais de duas décadas e posso dizer que a única constante dessa indústria é estar em eterna mudança. Como profissional, mais do que nunca é importante focar não apenas em dominar as tecnologias mais quentes do momento, mas construir uma carreira que seja resiliente às mudanças do mercado. E, para mim, isso só se faz com experiência, construindo produtos e os evoluindo com o tempo. 

Quais são os principais skills para quem quer começar uma carreira em tecnologia hoje? E quais devem ser essas habilidades profissionais no futuro?

Este é o tipo de questão que depende muito do que a pessoa está procurando. Para início de carreira, recomendo que a pessoa foque em tecnologias que vão maximizar a possibilidade de achar uma primeira oportunidade, algo que funciona tanto no servidor quanto na interface do usuário. A escolha mais intuitiva nesse lado seria JavaScript, ou uma de suas linguagens-irmãs como TypeScript. 

Para mim, um bom caminho para uma pessoa iniciante é aprender a criar aplicativos de diversos tipos diferentes, coisas como blogs, pequenas redes sociais ou sistemas de comércio, de ponta a ponta.

Quer trabalhar no PicPay? Se você é da área de tecnologia, vale acompanhar nosso blog tech e nossa conta focada em pessoas desenvolvedoras no Twitter, a @PicPayDev

Além disso, você pode conferir nossos conteúdos sobre quem faz o PicPay e as oportunidades de emprego na nossa página de carreiras.

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