O que é inflação? Essa é uma dúvida comum que afeta diretamente o dia a dia de todos nós, impactando desde o preço do café da manhã até o valor do aluguel.
Neste artigo, vamos explicar detalhadamente o que é inflação, se ela é sempre ruim, como ela é medida e os diferentes tipos que existem. Acompanhe.
O que é inflação?
Inflação é o aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços em um determinado período.
Na prática, isso significa que o poder de compra do dinheiro diminui: com a mesma quantia, você compra menos produtos ou serviços ao longo do tempo.
Esse fenômeno é medido por índices que acompanham a variação de preços de uma cesta de consumo e serviços, além de impactar diretamente o reajuste do salário mínimo. Vamos ver mais.
A inflação é ruim?
Embora a inflação geralmente cause perda de poder de compra e dificulte o planejamento financeiro, nem sempre ela é vista de forma negativa.
Quando moderada e dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (para 2025, a meta era de 3%, com intervalo de tolerância de menos 1,50 ponto percentual e mais 1,50 ponto percentual), pode indicar uma economia estável e saudável.
Por outro lado, a inflação pode trazer benefícios em cenários específicos. Empresas de commodities, como as dos setores de petróleo e agricultura, tendem a lucrar mais, pois seus preços acompanham os aumentos inflacionários.
Investidores também encontram proteção em aplicações financeiras atreladas à Selic ou ao CDI, que rendem mais em momentos de alta inflacionária.
No entanto, a inflação elevada e descontrolada traz instabilidade econômica e prejudica o crescimento, afetando mais diretamente o consumidor comum.
Qual a relação entre taxa Selic e inflação?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central. Ela influencia diretamente a inflação.
Quando a inflação está alta, o Banco Central costuma aumentar a taxa Selic para conter o aumento dos preços. Assim como, quando a inflação está baixa, o BC pode reduzir a taxa Selic para estimular a economia.
Esse movimento também afeta o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que acompanha de perto as variações da Selic.
Como referência para empréstimos entre bancos e diversas aplicações financeiras, o CDI ajuda a traduzir as decisões do Banco Central para o mercado.
Por exemplo, quando a Selic sobe, o CDI também aumenta, o que pode encarecer o crédito.
Como se mede a inflação?
A inflação é medida por índices de preços que acompanham a variação do custo de uma cesta de bens e serviços.
No Brasil, dois dos principais índices calculados pelo IBGE são o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
- IPCA: reflete a inflação para famílias com renda de até 40 salários-mínimos;
- INPC: é voltado para as famílias com renda de até 5 salários-mínimos.
Ambos são baseados em uma extensa coleta de preços realizada pelo IBGE em diversas cidades do país, permitindo avaliar o impacto da inflação no orçamento das famílias e na economia como um todo.
Esses índices variam ao longo do tempo, influenciados por fatores como políticas econômicas, eventos geopolíticos e mudanças no consumo.
Para acompanhar as flutuações da inflação, basta consultar as divulgações periódicas do IBGE, acompanhar as análises das notícias econômicas e a reunião do Copom, que debate assuntos como a taxa Selic, ligada à inflação.
Como está a inflação hoje?
A inflação em junho de 2025 foi medida por dois índices principais*:
- o IPCA, que registrou alta de 0,24% no mês e acumulou 5,35% nos últimos 12 meses;
- e o INPC, que marcou alta de 0,23% e 5,18% no acumulado dos últimos 12 meses.
Esses indicadores, calculados pelo IBGE, refletem a variação nos preços de produtos e serviços essenciais consumidos pelos brasileiros, como alimentos, energia e combustível. Em termos práticos, um aumento nesses índices significa que o custo de vida ficou mais caro e que o brasileiro perdeu poder de compra.
Impacto da inflação no salário mínimo
Além do impacto direto no bolso do consumidor, a inflação tem um papel crucial no cálculo do salário mínimo. O reajuste do salário-mínimo busca, justamente, garantir que o trabalhador mantenha seu poder de compra diante da elevação dos preços.
O salário mínimo é reajustado anualmente. O cálculo é feito dessa forma: o INPC é utilizado como base para repor a inflação, somado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Essa fórmula visa assegurar que o salário mínimo não apenas compense a perda resultante da inflação, mas também exista um ganho real.
Dessa forma, o salário mínimo de 2025 foi reajustado para R$ 1.518. O valor representa um aumento real de 2,5% em comparação com o ano anterior, seguindo a política de valorização.
Tipos de inflação
Existem diversos tipos de inflação, cada um com suas características e causas.
Oferta x demanda
Esse tipo de inflação acontece quando a procura por bens e serviços supera a capacidade de oferta disponível no mercado.
Nesse cenário, consumidores competem para adquirir os mesmos produtos ou serviços, o que leva a um aumento nos preços.
Essa situação pode ser agravada por fatores como aumento repentino no consumo, restrições na produção ou dificuldades logísticas que limitam a oferta.
Custo de produção
Quando os custos de produção aumentam, como os salários, energia elétrica ou matéria-prima, esses custos geralmente são repassados aos preços finais dos produtos e serviços – ou seja, para o consumidor.
Por exemplo, uma alta no preço do petróleo pode encarecer o transporte e, consequentemente, diversos outros produtos.
Aumento de impostos
Mudanças na carga tributária, como a elevação de alíquotas de impostos, podem encarecer diretamente produtos e serviços. Esse custo adicional para empresas e fornecedores acaba refletindo nos preços pagos pelos consumidores.
Excesso de dinheiro
Quando há um aumento significativo da quantidade de dinheiro em circulação sem um correspondente crescimento na produção de bens e serviços, ocorre um desequilíbrio.
Esse excesso de recursos financeiros aumenta a demanda, elevando os preços.
Inflação do dólar
A desvalorização do real frente ao dólar pode encarecer os produtos importados.
Como o Brasil depende de importações para diversos setores, o aumento do dólar pode gerar alta nos preços internos, impactando desde alimentos até combustíveis.
Inflação inercial
Esse tipo de inflação está relacionado às expectativas de que os preços continuarão subindo.
Empresas e consumidores, antecipando aumentos, ajustam preços e salários, criando um ciclo contínuo de reajustes resistentes à política de estabilização.
Esse tipo de projeção pode ser acompanhada por indicadores como o IBC-Br, que é considerado uma prévia do PIB do Brasil e traz um panorama do mercado interno e da inflação.
Inflação estrutural
Decorre de problemas estruturais da economia, como baixa produtividade, falta de infraestrutura adequada e gargalos na produção.
Esses entraves dificultam o crescimento da oferta, tornando os preços mais suscetíveis a aumentos.
Outros índices de inflação
A inflação pode ser avaliada a partir de diferentes indicadores, cada um com seu foco e metodologia. Esses índices ajudam a entender como os preços estão variando em diferentes contextos e setores da economia. Confira, abaixo.
INPC
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE, mede a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias com renda de um a cinco salários-mínimos.
IGPM
Já o Índice Geral de Preços do Mercado, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, acompanha a variação de uma ampla gama de preços, incluindo matérias-primas, produtos intermediários e bens finais.
Por exemplo, esse indicador é frequentemente utilizado como referência para reajustes de contratos, como aluguéis e tarifas de serviços, como contas de água ou energia elétrica.
O que é estagflação?
Estagflação é uma situação econômica caracterizada por alta inflação, baixo crescimento econômico e alto desemprego. É uma combinação de estagnação econômica com inflação, difícil de contornar
Como calcular a inflação pessoal
Para calcular a inflação pessoal, você pode comparar o valor da sua cesta de consumo em diferentes períodos.
Anote os preços dos produtos que você costuma comprar e compare com os preços de meses ou anos anteriores.
10 dicas para diminuir os efeitos da inflação no orçamento
Mesmo em tempos de alta inflação, é possível adotar estratégias que ajudam a aliviar o impacto no seu dinheiro e não corroer os seus investimentos.
Vamos ver algumas dicas de economia a investimento.
1. Crie um orçamento
Acompanhe seus gastos e identifique onde você pode economizar. Ter um controle claro das despesas permite fazer ajustes e evitar gastos desnecessários.
2. Compare preços
Pesquise os melhores preços antes de fazer qualquer compra. Utilize a internet e aplicativos para encontrar promoções e condições mais vantajosas.
3. Aproveite as vantagens do PicPay
Você pode pesquisar preços e vantagens nas lojas parceiras do PicPay Shop e aproveitar os cashbacks disponíveis no aplicativo do PicPay, por exemplo.
Fique de olho e não deixe passar: toda economia é bem-vinda.
4. Compre produtos sazonais
Aproveite as estações do ano para comprar frutas, legumes e verduras mais baratos. Produtos da época costumam ser mais frescos e com preços melhores.
5. Cozinhe em casa
Preparar suas próprias refeições pode ser mais barato do que comer fora. Além disso, você pode planejar as refeições da semana para reduzir desperdícios e economizar.
6. Negocie descontos
Não tenha medo de negociar descontos com lojistas e prestadores de serviços. Muitos comerciantes estão dispostos a oferecer condições especiais para fechar a venda.
7. Invista em ativos que acompanham a inflação
Alguns investimentos, como títulos do Tesouro Direto indexados à inflação, podem ajudar a proteger seu patrimônio da erosão causada pela inflação.
Esses títulos ajudam a proteger o poder de compra do investimento que será preservado ao longo do tempo.
Mas claro, é importante analisar bem antes de investir e definir o seu perfil de investidor. Além disso, considere o apoio de um consultor de investimentos.
8. Diversifique seus investimentos
Ao diversificar seus investimentos em diferentes classes de ativos, você reduz o risco e aumenta as chances de obter retornos positivos a longo prazo.
Avalie opções como ações, renda fixa e fundos imobiliários.
9. Busque alternativas mais baratas
Procure por produtos similares mais baratos, como marcas genéricas, por exemplo. Essa pode ser uma boa opção para economizar, especialmente para itens de uso diário.
10. Reduza o consumo de energia
Adote hábitos sustentáveis como desligar aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso e utilizar lâmpadas LED. Medidas simples podem gerar economia significativa na conta de luz.
Agora que você entendeu melhor quais são os impactos da inflação, confira outras dicas de educação financeira para cuidar bem do seu dinheiro!
*dados de julho de 2025