IBC-Br: tudo sobre o indicador e análise de dezembro de 2023
Aprenda tudo que você precisa saber sobre o IBC-BR, indicador considerado como “prévia do PIB”
25 de abril de 2024
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é um indicador fundamental para analisar e compreender a saúde da economia brasileira e é considerado a “prévia do PIB”.
O índice é uma ferramenta desenvolvida pelo Banco Central do Brasil para monitorar e medir a atividade econômica do país durante o período de um mês.
O que é o IBC-Br?
O IBC-Br é um indicador sintético que busca capturar o desempenho da economia, considerando uma ampla gama de atividades econômicas.
Ele serve como um termômetro para avaliar o crescimento ou retração da economia nacional em um determinado período de tempo, por conta disso, é chamado de “prévia do PIB”.
O IBC-Br tem um papel crucial na tomada de decisões econômicas, seja quando ele apresenta um resultado positivo ou negativo.
Quando o índice aponta um crescimento robusto, por exemplo, pode influenciar investimentos estrangeiros, indicar um mercado interno aquecido e sinalizar a necessidade de controle inflacionário por parte do Banco Central.
Por outro lado, se o IBC-Br mostra uma desaceleração econômica, isso pode indicar a necessidade de políticas expansionistas para impulsionar o crescimento, como redução de impostos, aumento dos gastos públicos ou mudanças na Selic.
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Confira abaixo alguns pontos que mostram a importância do IBC-Br para a economia brasileira.
1. Indicador abrangente: Por considerar diferentes setores da economia, o IBC-Br oferece uma visão abrangente do desempenho econômico do Brasil.
2. Política monetária: O Banco Central utiliza o IBC-Br para embasar suas decisões de política monetária. Se o índice sinaliza uma desaceleração econômica, por exemplo, o Banco Central pode optar por reduzir as taxas de juros para estimular a economia.
3. Avaliação de impactos: Governos e analistas econômicos usam o IBC-Br para avaliar o impacto de políticas econômicas e identificar áreas que precisam de estímulo ou ajustes.
4. Antecipação de tendências: Ele auxilia na antecipação de tendências econômicas, permitindo que empresas, investidores e governos se preparem para possíveis cenários econômicos.
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Como é calculado o IBC-Br
O cálculo do IBC-Br é complexo e abrange uma série de fatores econômicos. Ele é formulado a partir de diversos componentes, cada um com sua própria importância na análise da atividade econômica do país.
Os principais elementos considerados incluem:
Produção Industrial: Reflete a produção das indústrias brasileiras, sendo um indicador-chave do crescimento econômico.
Comércio: Engloba as vendas no varejo e atacado, oferecendo uma visão sobre o consumo e as transações comerciais.
Serviços: Considera a prestação de serviços diversos, desde educação e saúde até turismo e tecnologia.
Agropecuária: Inclui a produção agrícola e pecuária, sendo influenciada por fatores climáticos e sazonais.
Impostos sobre produtos líquidos de subsídios: Leva em conta a arrecadação de impostos, fornecendo um panorama da atividade econômica tributária.
Cada um desses componentes é ponderado de acordo com sua relevância para a economia e depois combinado para gerar o índice final do IBC-BR.
Essa combinação é realizada de forma a refletir a importância relativa de cada setor na atividade econômica total do país.
Além do mais, cabe destacar que o Banco Central utiliza uma série de fontes de dados para compilar as informações necessárias para o cálculo do IBC-BR.
Esses dados são coletados de instituições públicas e privadas, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Receita Federal, entre outras fontes confiáveis.
Análise do IBC-Br de dezembro
Por Igor Cadilhac, economista do PicPay.
Em linha com as nossas expectativas, na passagem de novembro para dezembro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma proxy mensal do PIB, apresentou uma variação de 0,8%, equivalente a um aumento de 1,4% em comparação com dezembro de 2022.
Com isso, o índice encerra 2023 com um crescimento de 2,4%.
Analisando o agregado, observamos que o resultado foi influenciado por variações positivas em quase todos os setores da atividade econômica, com exceção do setor varejista. Em termos gerais, em dezembro prevaleceu os avanços no setor industrial e nos serviços.
Olhando à frente, a grande questão continua sendo a capacidade de resiliência do setor de serviços. É importante reconhecer que a intensidade da desaceleração de um setor importante da atividade econômica, de maior peso e com dinâmica tendendo a ser mais inercial, tem sido maior do que o esperado.
No entanto, alguns fatores específicos têm contribuído para sustentar a demanda por serviços. Na nossa avaliação, o mercado de trabalho aquecido, a regra de valorização do salário mínimo e a inflação comportada deve contrabalançar essa perda de fôlego.
Quanto à dinâmica do PIB, estimamos uma variação modesta de 0,1% no quarto trimestre e um crescimento de 3% em 2023. Para 2024, projetamos um avanço de 1,8%.
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