Sonho da casa própria: comprar ou financiar um imóvel?

Saiba como se planejar financeiramente para realizar o sonho da casa própria e veja dicas para comprar ou financiar um imóvel de acordo com a sua renda

4 de agosto de 2022 Atualizado em 9 de setembro de 2022

Ter um imóvel próprio é a prioridade da maior parte dos brasileiros. Se você quer realizar o sonho da casa própria, é hora de conferir tudo o que você precisa saber para conseguir comprar ou financiar um imóvel!

Segundo os dados mais atualizados do IBGE, 72,5% dos brasileiros moram em um imóvel próprio, sendo que 66,4% já quitaram e 6,1% ainda estão pagando pelo financiamento. 

Com isso, os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019 revelam que quase 30% da população, ou cerca de 63 milhões de pessoas, ainda não têm um imóvel próprio. 

De acordo com uma pesquisa do Quinto Andar, em parceria com o Datafolha, ter uma casa própria é o sonho de 87% da população brasileira. Esse pensamento é ainda mais forte entre os jovens entre 21 e 24 anos. 

Em uma escala de prioridades, o brasileiro tem o sonho da casa própria em primeiro lugar, empatado com ter um emprego. A vontade é maior, inclusive, que a de casar, ter filhos, ter um carro e até uma religião!

Quer saber como realizar o sonho da casa própria? Vamos mostrar quanto custa financiar um imóvel e como se organizar financeiramente para conquistar o seu lugar. 

Quanto custa realizar o sonho da casa própria? 

Não é fácil responder quanto custa uma casa própria, porque o preço muda de acordo com diversas variáveis, como o tamanho do imóvel e a cidade. Ainda assim, é possível estipular o valor médio fazendo algumas contas.

Em 2021, a renda domiciliar das famílias brasileiras permitia o financiamento de um imóvel de 56,2 m², em média. O dado é resultado de um levantamento entre a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). 

O estudo é feito com base nos seguintes dados de 16 capitais brasileiras: taxa de juros e prazo médio do financiamento imobiliário à pessoa física, renda domiciliar total e preços dos imóveis residenciais.

A FIPE, em parceria com o portal ZAP, faz o monitoramento do preço dos imóveis no país e conta com um índice chamado FipeZAP, que mede o mercado imobiliário. 

O FipeZAP de junho de 2021 indica que o preço médio de venda de imóveis residenciais por metro quadrado é de R$ 8.082, levando em conta 50 cidades. Cabe destacar que esse valor varia muito de região para região.

Em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, o preço médio do m² é de R$ 10.093. Valor mais caro encontrado pela pesquisa. Em Betim, em Minas Gerais, o metro quadrado residencial custa em média R$ 3.341, o mais barato dentre as cidades monitoradas.

Em São Paulo, segunda cidade mais cara, o preço médio do metro quadrado de um imóvel é de R$ 9.936. O valor também varia dentro da própria cidade. No bairro Itaim Bibi, por exemplo, o metro quadrado residencial é vendido por R$ 15.726. 

Então, afinal, quanto custa uma casa própria? O preço médio de um imóvel no Brasil é de cerca de R$ 454 mil.

De onde vem esse número? Vamos para os cálculos! Se o brasileiro, em média, consegue financiar um imóvel de até 56,2 m² e o valor médio do metro quadrado no Brasil é de R$ 8.082, a conta fica da seguinte maneira:

VALOR MÉDIO DE UM IMÓVEL = 56,2 X R$ 8.082

VALOR MÉDIO DE UM IMÓVEL = R$ 454.208

É claro que esse valor pode variar muito, como explicamos acima, mas é interessante para você ter uma ideia do panorama nacional. 

Como comprar uma casa própria?

Um levantamento da Data Store, empresa especializada em estudos sobre o mercado imobiliário, realizado em 2021, aponta que 14,3 milhões de famílias têm a pretensão de comprar um imóvel em dois anos.

O estudo, que ouviu famílias com renda mensal superior a R$ 1,5 mil de todo o país, também indica que 8,4 milhões de famílias querem comprar um imóvel em até um ano. 

Agora que você já tem uma ideia do preço, é importante ressaltar que existem três maneiras de realizar o sonho da casa própria: comprar à vista com o dinheiro que você já tem, juntar dinheiro para comprar o imóvel à vista no futuro ou financiar o valor. 

Se você tem o dinheiro, comprar à vista sempre é a melhor opção, pois você consegue negociar melhores condições e fica livre das taxas de juros. Mas essa não é a realidade da maioria das pessoas. Por conta disso, é necessário considerar alguns pontos para decidir a melhor alternativa.

Vale a pena comprar um imóvel? 

Antes de entrar em um financiamento da casa própria, o primeiro passo é refletir sobre a sua condição financeira. Você está em um emprego estável? Tem reservas financeiras? Pretende continuar morando na mesma cidade? 

Outro ponto essencial é analisar o momento econômico do país. Quando a inflação está em alta, a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, também tende a subir. 

Isso faz com que as taxas de juros de financiamentos imobiliários também fiquem mais caras. Ao mesmo tempo, investimentos de renda fixa, como CDB, Tesouro Direto e LCI/LCA, ficam mais lucrativos.

Leia mais: CDB PicPay: como funciona a conta rendeira do app

Nesse cenário, pode ser interessante que você invista o seu dinheiro para comprar o imóvel à vista depois ou até mesmo para dar uma entrada maior em um financiamento quando o momento estiver mais favorável.

Para saber se vale a pena fazer um financiamento ou investir o dinheiro, você pode fazer um cálculo. Escolha um imóvel e confira o preço para venda e também o valor do aluguel. 

Feito isso, pegue o valor do aluguel e divida pelo preço do imóvel. Depois, multiplique o resultado por 100. Para explicar melhor, pense no exemplo de um apartamento que custa R$ 300 mil e o aluguel é R$ 1,5 mil.

TAXA DE ALUGUEL = (VALOR DO ALUGUEL / PREÇO DO IMÓVEL) X 100

TAXA DE ALUGUEL = (1.500 / 300.000) X 100

TAXA DE ALUGUEL = 0,005 X 100

TAXA DE ALUGUEL = 0,5%

Agora, basta você comparar a taxa de aluguel com os juros mensais de investimentos de renda fixa. Se a taxa for maior, vale a pena contratar um financiamento. Se os juros forem maiores, vale ficar no aluguel e investir a diferença que você gastaria com o financiamento.

Quanto preciso ganhar para financiar uma casa própria?

De forma geral, você precisa ter pelo menos 20% do valor total do imóvel para conseguir o financiamento do restante. Por exemplo, se você quer financiar uma casa ou apartamento de R$ 300 mil, você tem que ter no mínimo R$ 60 mil para a entrada.

Além disso, as instituições financeiras só liberam financiamentos em que a prestação comprometa no máximo 30% da renda familiar. Mais abaixo vamos mostrar uma simulação.

A pesquisa do Quinto Andar com o instituto Datafolha revela que financiamentos imobiliários comprometem em média 27% da renda das famílias brasileiras. O valor médio das parcelas é de R$ 715. 

Mesmo sendo mais barato, o aluguel compromete 31% da renda das famílias. Isso ocorre porque a renda média de quem não tem imóvel próprio, quitado ou financiado, é mais baixa. 

Tendo isso em mente, quanto você precisa ganhar para conseguir o financiamento da casa própria? Para responder a essa pergunta, vamos apresentar uma simulação elaborada pela Melhortaxa, plataforma de comparação de financiamentos.

Seguindo com o exemplo de um imóvel de R$ 300 mil, se você der uma entrada no valor mínimo de R$ 60 mil, vai precisar comprovar uma renda de pelo menos R$ 6,8 mil para conseguir a linha de crédito. 

Outros valores podem ser simulados diretamente na plataforma da Melhortaxa ou em outros sites de simulação disponíveis, como o da Loft e da Imóvel Guide. 

Como financiar um imóvel e realizar o sonho da casa própria em sete passos

Se você analisou as possibilidades e chegou à conclusão que realmente quer financiar uma casa ou apartamento, veja sete dicas para realizar o seu sonho de uma vez por todas.  

1. Faça um planejamento financeiro 

O primeiro passo é a base de tudo: planejamento. Você precisa saber o quanto ganha e o quanto gasta no mês, para descobrir como encaixar um financiamento nas suas finanças.

Temos um conteúdo específico sobre como fazer um planejamento financeiro pessoal em cinco passos. Se durante esse processo você perceber que não tem sobrado a quantidade necessária de dinheiro no fim do mês, há alternativas.

A primeira é buscar maneiras de economizar dinheiro no dia a dia da sua família. Pequenas mudanças de hábito podem fazer muita diferença para que você alcance o sonho da casa própria.

Outra opção para conseguir mais dinheiro é procurar jeitos de fazer uma renda extra. Em nosso conteúdo sobre como juntar dinheiro, listamos algumas sugestões. 

Por fim, mais uma alternativa é descobrir se você pode ter acesso ao Programa Casa Verde Amarela, do Governo Federal. Vamos falar mais sobre isso no tópico abaixo.

2. Confira se você tem direito ao Programa Casa Verde e Amarela

O Programa Minha Casa, Minha Vida, que realizou o sonho da casa própria de milhões de brasileiros, foi descontinuado pelo Governo Federal em 2021. No lugar dele, entrou o Programa Casa Verde Amarela.

Em resumo, é um programa de habitação popular que visa facilitar o acesso da população, principalmente de baixa renda, à casa própria.

Por ser um projeto que oferece melhores condições de financiamento, é essencial que você confira se tem direito aos benefícios. O público-alvo é dividido em seis grupos diferentes:

GrupoRenda
Urbano 1Renda bruta familiar mensal até R$ 2,4 mil
Urbano 2Renda entre R$ 2,4 mil e R$ 4,4 mil
Urbano 3Renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil
Rural 1Renda bruta familiar anual até R$ 29 mil
Rural 2Renda anual entre R$ 29 mil e R$ 52,8 mil
Rural 3Renda bruta familiar anual entre R$ 52,8 mil até R$ 96 mil

3. Procure por um imóvel que caiba no seu bolso

Com o seu planejamento financeiro elaborado, é hora de alinhar as suas expectativas. Talvez não seja possível financiar, logo de cara, o imóvel que você sempre sonhou.

É essencial que você trabalhe dentro da realidade, sempre levando em conta que o valor do financiamento pode comprometer, no máximo, 30% da renda mensal da sua família. Isso ocorre porque são vários outros custos do dia a dia que precisam ser contabilizados. 

Para encontrar a melhor oportunidade possível, procure por vários imóveis, com calma. É importante levar em conta até o custo de vida na região que você deseja morar, além de possíveis gastos com condomínio, por exemplo.

Você ainda pode tentar negociar o valor da casa ou apartamento diretamente com a imobiliária, corretor ou imobiliária. 

4. Pesquise pelas melhores condições de financiamento

Além de procurar por um imóvel com bom custo-benefício, você também deve pesquisar por financiamentos diferentes, antes de fechar com alguma instituição financeira.

A internet facilita muito esse processo! Atualmente, existem diversos sites e plataformas que te ajudam a encontrar o financiamento que melhor cabe no seu bolso. 

5. Use seu FGTS para ajudar na entrada

Agora que você sabe qual é o valor do imóvel que pretende financiar e quais são as condições do crédito imobiliário, o próximo passo é pensar no valor da entrada, que precisa ser de no mínimo 20% do total.

Cabe lembrar que quanto maior for a entrada, menores serão os juros que você terá que pagar ao longo do financiamento!

Um dos jeitos mais práticos para você conseguir o valor da entrada, ou ao menos parte dele, é utilizar o seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). É possível usar 100% do seu saldo em financiamentos imobiliários.

6. Junte dinheiro para a entrada

Outra forma de arrecadar o valor da entrada é juntando dinheiro. Especialistas apontam que o ideal é que você guarde cerca de 20% da sua renda mensal domiciliar para este objetivo. 

Tenha em mente que esse valor, somado aos seus gastos com aluguel, não devem ultrapassar a margem de 30% da renda, para que você não se comprometa financeiramente.

A plataforma Melhortaxa estima que, em média, uma família brasileira leva entre dois e três anos para conseguir juntar o valor da entrada do financiamento. Se você quer acelerar o processo, uma dica é poupar 100% do 13º salário e adicional de férias.

Um ponto essencial é não deixar o dinheiro guardado parado, pois assim ele se desvaloriza com a inflação. No PicPay, por exemplo, o seu dinheiro rende 102% do CDI, ou seja, mais do que na poupança.  

Investimentos de renda fixa também são uma ótima opção, por conta da segurança e do fato de você poder saber com antecedência quanto poderá resgatar em uma data definida. Isso facilita muito o planejamento!

Quer saber mais sobre como fazer o seu dinheiro render para dar entrada em um financiamento para compra de uma casa própria? Leia o nosso conteúdo sobre como investir dinheiro com segurança.

Um dado interessante sobre este assunto é que 29% dos brasileiros que investem dinheiro em algum produto financeiro tem como objetivo realizar o sonho da casa própria. 

A informação é do último Raio X do Investidor, realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha.

7. Se prepare para as parcelas

Depois da entrada, é fundamental que você siga tendo um controle financeiro para conseguir pagar as parcelas mensalmente, sem atrasos, já que existe incidência de multa e mais juros nestes casos.

Sem contar que em caso de inadimplência, você pode ter o seu nome negativado e, na pior das hipóteses, o seu imóvel pode ser tomado pela instituição financeira que forneceu a linha de crédito. 

Para prevenir qualquer contratempo, invista em uma reserva de emergência, enquanto estiver juntando dinheiro para a entrada. 

Agora que você descobriu sobre a importância de ter um controle financeiro para realizar o sonho da casa própria, que tal aprender mais sobre esse tema? Acesse a nossa editoria de planejamento financeiro!

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