O IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é um indicador fundamental no universo econômico brasileiro. 

Em resumo, ele descreve a variação dos preços de produtos e serviços consumidos pela população em geral, sendo utilizado como referência para medir a inflação no país.

Análise do IPCA de agosto de 2025

Por Igor Cadilhac, economista do PicPay.

O IPCA de agosto recuou 0,11%, resultado ligeiramente pior que a expectativa do mercado, que projetava queda de 0,16%. No acumulado em 12 meses, a inflação desacelerou de 5,23% para 5,13%. Do ponto de vista qualitativo, considerando que já se antecipava um resultado negativo, o dado veio em linha com as expectativas. A média dos núcleos avançou 0,30%, com os serviços subjacentes subindo 0,34% e os industriais subjacentes, 0,49%, o que levou o EX-3 a registrar alta de 0,40%. Na média dos últimos três meses, em termos dessazonalizados e anualizados, as principais métricas seguem persistentemente acima da meta. 

Dos nove grupos analisados, cinco apresentaram variações negativas em agosto. Os principais impactos vieram de Habitação (-0,90%), Alimentação e Bebidas (-0,46%) e Transportes (-0,27%), justamente os de maior peso no índice. Comunicação e Artigos de residência também registraram queda, ambas de -0,09%. Em Habitação, destacou-se a redução de 4,21% na energia elétrica residencial, influenciada pela incorporação do Bônus de Itaipu. No grupo Alimentação, a retração foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,83%), com quedas expressivas em tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%). Em Transportes, as reduções refletiram as quedas nas passagens aéreas (-2,44%) e nos combustíveis (-0,89%).

Por outro lado, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,54%), Vestuário (0,72%), Educação (0,75%) e Despesas Pessoais (0,40%) registraram as maiores altas no mês. Entre os destaques, figuraram os reajustes de produtos de higiene pessoal (0,80%), roupa masculina (0,93%), cursos regulares (0,80%) e jogos de azar (3,60%).

Olhando à frente, mantemos nossa projeção de inflação para 2025 em 4,9%. Por ora, avaliamos que o balanço de riscos segue equilibrado, mas mais incerto, com efeitos líquidos desinflacionários vindos da guerra tarifária. O câmbio permanece relativamente estável, e as expectativas de inflação vêm apresentando melhora consistente, inclusive no longo prazo. Apesar disso, o quadro ainda é significativamente pressionado. Seguimos atentos às pressões altistas associadas à eventual desancoragem das expectativas, à manutenção de um hiato do produto positivo e ao risco de depreciação do real em um cenário de maior percepção de risco fiscal e/ou geopolítico.

O que é IPCA?

O IPCA é uma ferramenta essencial para entender a saúde da economia do país. Ele influencia diretamente a política monetária do Banco Central, pois é utilizado como referência para estabelecer metas de inflação. 

O controle da inflação é vital para garantir a estabilidade econômica, afetando juros, investimentos e o poder de compra da população.

Além disso, o IPCA serve para diversas finalidades, como, por exemplo:

Política Monetária: O Banco Central utiliza o IPCA como um dos principais indicadores para definir metas de inflação e tomar decisões sobre a taxa básica de juros (Selic)

Reajustes contratuais: Muitos contratos, como aluguéis, empréstimos e alguns salários, são corrigidos com base no IPCA. Ele serve como referência para ajustar valores de acordo com a variação dos preços, mantendo o equilíbrio nos contratos ao longo do tempo.

Investimentos e planejamento financeiro: Investidores e empresas utilizam as informações do IPCA para avaliar retornos de investimentos e planejar estratégias financeiras, levando em consideração a inflação para preservar o valor do capital.

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Ou seja, o IPCA desempenha um papel crucial na economia brasileira, oferecendo insights valiosos sobre a inflação e seu impacto na vida das pessoas e nas decisões econômicas do país.

Como é calculado o IPCA?

O cálculo do IPCA é realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que coleta dados de preços de uma ampla gama de itens consumidos pelas famílias brasileiras. 

Esse levantamento ocorre em várias regiões metropolitanas do país e considera produtos e serviços em diversas categorias, como alimentação, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros.

A fórmula para o cálculo do IPCA envolve uma média ponderada dos preços desses itens, dando maior peso àqueles que têm maior impacto no orçamento das famílias. 

Esse índice é atualizado mensalmente e divulgado pelo IBGE, permitindo análises sobre a evolução dos preços ao longo do tempo.

Atualmente, a pesquisa abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas dos seguintes locais:

Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

IPCA acumulado 2025

Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,13%. Confira abaixo o valor de cada mês.

MêsIPCA
Agosto de 2025-0,11%
Julho de 20250,26%
Junho de 20250,24%
Maio de 20250,26%
Abril de 20250,43%
Março de 20250,56%
Fevereiro de 20251,31%
Janeiro de 20250,16%
Dezembro de 20240,52%
Novembro de 20240,39%
Setembro de 20240,44%
Agosto de 2024-0,02%

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