O IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é um indicador fundamental no universo econômico brasileiro. 

Em resumo, ele descreve a variação dos preços de produtos e serviços consumidos pela população em geral, sendo utilizado como referência para medir a inflação no país.

Análise do IPCA de setembro de 2025

Por Igor Cadilhac, economista do PicPay.

O IPCA de setembro avançou 0,48%, abaixo da nossa projeção, que apontava para uma alta de 0,53%. No acumulado em 12 meses, a inflação acelerou de 5,13% para 5,17%. Do ponto de vista qualitativo, o resultado foi melhor do que o esperado: todos os principais indicadores de inflação subjacente vieram abaixo das estimativas. Esse desempenho coloca uma assimetria baixista para o IPCA deste ano, com uma chance marginal de encerrar 2025 dentro da banda da meta. Ainda assim, sob a ótica da política monetária, reforçamos a necessidade de manter a taxa Selic em 15% pelo menos até 2026.

Dos nove grupos analisados, seis apresentaram variações positivas em setembro. Os principais impactos vieram de Habitação (2,97%), Vestuário (0,63%), Despesas pessoais (0,51%) e Saúde e cuidados pessoais (0,17%). No grupo de Habitação, destacou-se a alta de 10,31% na energia elétrica residencial, impulsionada pela retirada do Bônus de Itaipu e pela cobrança da bandeira tarifária vermelha patamar 2. Em Vestuário, a elevação foi puxada por roupas masculinas (1,06%) e joias e bijuterias (1,37%). Já em Despesas pessoais, os destaques foram pacote turístico (2,87%) e cinema, teatro e concerto (2,75%), com a devolução dos preços após os descontos promovidos na Semana do Cinema.

Por outro lado, Alimentação e bebidas (-0,26%), Artigos de residência (-0,40%) e Comunicação (-0,17%) registraram deflação no mês. Os grupos Transportes (0,01%) e Educação (0,07%) apresentaram variações próximas da estabilidade. Entre os principais destaques negativos, figuram as quedas em alimentação no domicílio (-0,41%), seguro voluntário de veículos (-5,98%) e passagens aéreas (-2,83%).

Olhando à frente, revisamos nossa projeção de inflação para 2025 de 4,9% para 4,7%. Por ora, avaliamos que o balanço de riscos se apresenta menos incerto e mais benigno, com destaque positivo para o comportamento do câmbio. Apesar disso, o cenário segue significativamente pressionado. Continuamos atentos às pressões altistas decorrentes da possível desancoragem das expectativas, da manutenção de um hiato do produto positivo e do risco de depreciação do real diante de uma eventual deterioração do quadro fiscal e/ou geopolítico.

O que é IPCA?

O IPCA é uma ferramenta essencial para entender a saúde da economia do país. Ele influencia diretamente a política monetária do Banco Central, pois é utilizado como referência para estabelecer metas de inflação. 

O controle da inflação é vital para garantir a estabilidade econômica, afetando juros, investimentos e o poder de compra da população.

Além disso, o IPCA serve para diversas finalidades, como, por exemplo:

Política Monetária: O Banco Central utiliza o IPCA como um dos principais indicadores para definir metas de inflação e tomar decisões sobre a taxa básica de juros (Selic)

Reajustes contratuais: Muitos contratos, como aluguéis, empréstimos e alguns salários, são corrigidos com base no IPCA. Ele serve como referência para ajustar valores de acordo com a variação dos preços, mantendo o equilíbrio nos contratos ao longo do tempo.

Investimentos e planejamento financeiro: Investidores e empresas utilizam as informações do IPCA para avaliar retornos de investimentos e planejar estratégias financeiras, levando em consideração a inflação para preservar o valor do capital.

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Ou seja, o IPCA desempenha um papel crucial na economia brasileira, oferecendo insights valiosos sobre a inflação e seu impacto na vida das pessoas e nas decisões econômicas do país.

Como é calculado o IPCA?

O cálculo do IPCA é realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que coleta dados de preços de uma ampla gama de itens consumidos pelas famílias brasileiras. 

Esse levantamento ocorre em várias regiões metropolitanas do país e considera produtos e serviços em diversas categorias, como alimentação, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros.

A fórmula para o cálculo do IPCA envolve uma média ponderada dos preços desses itens, dando maior peso àqueles que têm maior impacto no orçamento das famílias. 

Esse índice é atualizado mensalmente e divulgado pelo IBGE, permitindo análises sobre a evolução dos preços ao longo do tempo.

Atualmente, a pesquisa abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas dos seguintes locais:

Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

IPCA acumulado 2025

Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,17%. Confira abaixo o valor de cada mês.

MêsIPCA
Setembro de 20250,48%
Agosto de 2025-0,11%
Julho de 20250,26%
Junho de 20250,24%
Maio de 20250,26%
Abril de 20250,43%
Março de 20250,56%
Fevereiro de 20251,31%
Janeiro de 20250,16%
Dezembro de 20240,52%
Novembro de 20240,39%
Setembro de 20240,44%

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