
O reajuste de aluguel é um tema que afeta tanto locadores quanto inquilinos, já que define como os valores de locação serão atualizados ao longo do contrato.
Esse processo, que geralmente ocorre anualmente, segue regras específicas e está atrelado a índices econômicos.
Mas como funciona o reajuste de aluguel na prática? Quais índices são utilizados? Este artigo responde a essas e outras dúvidas importantes sobre o tema. Acompanhe.
O que é o reajuste de aluguel?
O reajuste de aluguel é a atualização periódica do valor do contrato de locação, feito com o objetivo de corrigir a inflação e evitar que o poder de compra do valor pago seja corroído pelo tempo.
Esse ajuste está previsto em contrato e segue índices econômicos que refletem as variações de preços no mercado.
O processo de reajuste de aluguel é essencial para manter o equilíbrio financeiro entre locador e locatário, garantindo que o imóvel continue sendo uma fonte de receita justa para o proprietário enquanto permanece acessível para o inquilino.
Quando é o reajuste do aluguel?
O reajuste de aluguel, na maioria dos casos, ocorre anualmente, no mês em que o contrato de locação foi firmado ou renovado.
Essa data, chamada de aniversário do contrato, é o marco para a aplicação do índice de reajuste de aluguel escolhido no acordo.
É importante que o índice de reajuste de aluguel esteja claramente especificado no contrato, evitando surpresas ou dúvidas no momento da aplicação do novo valor.
Em alguns casos, mesmo com índices negativos, o ajuste pode não ser aplicado automaticamente, dependendo do contrato ou de negociações entre as partes.
Qual o reajuste de aluguel permitido por lei?
A legislação brasileira permite o reajuste de aluguel desde que o índice utilizado esteja acordado no contrato e seja aplicado em conformidade com o prazo estabelecido.
Não há um percentual máximo fixado por lei, mas é fundamental que o índice de reajuste de aluguel seja previamente acordado.
Além disso, as partes podem renegociar os valores, principalmente em cenários econômicos atípicos, como altas expressivas ou quedas dos índices.
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Qual o índice de reajuste de aluguel? Qual o melhor índice de reajuste?
A escolha do índice de reajuste de aluguel depende do que foi acordado no contrato entre locador e locatário. Veja, a seguir, os principais índices utilizados.
IGP-M
Conhecido como o “índice do aluguel“, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) já foi o padrão mais utilizado no mercado imobiliário, mensurado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Ele mede a inflação em diversos setores da economia, mas, nos últimos anos, tem apresentado variações bruscas, o que levou muitos contratos a substituí-lo.
IPCA
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial da inflação no Brasil e é amplamente utilizado para medir a variação do custo de vida das famílias brasileiras.
Esse índice reflete as variações de preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, abrangendo desde alimentos e transporte até serviços de saúde e educação.
Nos últimos anos, o IPCA tem sido cada vez mais adotado em contratos de locação, principalmente devido à sua estabilidade e previsibilidade – ao contrário de outros índices como o IGP-M, que pode ser mais volátil devido à influência do câmbio e das commodities.
Para locadores e locatários, isso significa um reajuste mais equilibrado, refletindo diretamente o poder de compra do consumidor.
IVAR
O IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais) é um índice mais recente, criado especificamente para medir a variação dos preços dos aluguéis residenciais no Brasil.
Ele é calculado com base em dados de contratos de locação de imóveis residenciais, o que o torna um indicador diretamente relacionado à realidade do setor imobiliário.
Por ser focado exclusivamente nos preços dos aluguéis, o IVAR é considerado mais representativo e preciso para ajustes em contratos de aluguel, já que reflete com maior fidelidade as flutuações do mercado de locação.
Esse índice leva em consideração tanto a variação da oferta e demanda de imóveis quanto as características específicas do mercado de aluguéis, como a localização e o tipo de imóvel.
Assim, o IVAR pode ser uma boa alternativa para locadores e locatários que buscam um índice mais aderente às condições específicas do setor. No entanto, vale lembrar que seu uso não é obrigatório.
Negociação entre locador e locatário
Outra opção para o reajuste de aluguel é a negociação direta entre locador e locatário, sem a necessidade de seguir índices fixos como o IGP-M, IPCA ou IVAR.
Essa opção é especialmente vantajosa em momentos de instabilidade econômica, onde os índices tradicionais podem não refletir adequadamente a realidade do mercado ou o poder de compra das partes envolvidas.
Nesse tipo de negociação, tanto o locador quanto o locatário podem chegar a um acordo sobre o reajuste, considerando aspectos como a situação financeira de ambos, as condições do mercado local e o tempo de contrato.
No entanto, essa alternativa exige confiança e boa comunicação entre as partes, além de um bom entendimento das condições do mercado imobiliário para garantir que o reajuste seja justo para ambas as partes.
Além disso, é importante ter contratos claros, que especifiquem os prazos e os valores acordados.
O que acontece se o índice do reajuste de aluguel ficar negativo?
Se o índice de reajuste de aluguel apresentar variação negativa, como já ocorreu com o IGP-M, o contrato pode permitir a redução do valor da locação.
No entanto, a aplicação depende do que foi estipulado no acordo entre locador e locatário.
Em muitos casos, mesmo com índices negativos, as partes preferem manter o valor do aluguel inalterado, optando por renegociar os termos no futuro.
Como calcular o reajuste de aluguel?
O cálculo do reajuste de aluguel é um processo simples. Primeiramente, é necessário verificar o índice de reajuste de aluguel especificado no contrato de locação, pois ele determinará o valor do aumento.
Após identificar o índice, deve-se calcular o percentual acumulado desse índice no último ano, já que o reajuste é baseado na variação anual. Com o percentual em mãos, basta multiplicar o valor atual do aluguel pelo percentual do índice.
Esse valor obtido deve ser adicionado ao aluguel atual para encontrar o novo valor do aluguel.
Por exemplo, se o aluguel atual é de R$ 1.000 e o índice acumulado é de 5%, o cálculo será:
R$ 1.000 x 5% = R$ 50.
Portanto, o novo valor do aluguel será R$ 1.050.
Vale lembrar, que o ajuste não é obrigatório e pode ser negociado entre proprietários e inquilinos.
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Dúvidas comuns sobre o reajuste de aluguel
Para reforçar todos os pontos importantes sobre o reajuste de aluguel, confira as principais dúvidas sobre o tema.
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Pode aumentar o aluguel todo ano?
Sim, desde que o contrato preveja o reajuste anual e o índice de reajuste de aluguel seja aplicado corretamente.
Quando o proprietário pode aumentar o valor do aluguel?
Além do reajuste anual, o aumento também pode ocorrer no fim do contrato, caso as partes decidam renovar o acordo com novos valores.
Como avisar o inquilino sobre o aumento do aluguel?
O locador deve comunicar o reajuste com antecedência, conforme as cláusulas contratuais.
É recomendável enviar um aviso formal por escrito, informando o novo valor e a data de início da vigência. Essa comunicação deve ser enviada, no mínimo, 30 dias antes do vencimento do contrato.
Agora que você já sabe como funciona o reajuste de aluguel, aproveite e confira mais dicas no Blog PicPay para lidar com as suas finanças e situações que envolvam planejamento financeiro.
