Se você já fez uma compra internacional com cartão ou investiu seu dinheiro, provavelmente viu a sigla IOF aparecer na sua fatura ou extrato. Mas o que é IOF, afinal?
Pois vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre esse imposto, incluindo as novas regras do IOF, a tabela do IOF atualizada e como ele afeta o seu bolso em diferentes situações.
O que é IOF e por que ele é cobrado
A sigla IOF significa Imposto sobre Operações Financeiras. Ele é um tributo federal cobrado pelo governo em várias transações, por isso você já deve ter escutado falar de IOF de cartão de crédito ou IOF sobre compras internacionais.
Veja sobre quais operações financeiras esse imposto é cobrado:
- compras com cartão de crédito internacional;
- contratação de empréstimos ou financiamento;
- uso de cheque especial ou crédito rotativo;
- compra ou venda de moedas estrangeiras;
- resgate de investimentos;
- contratação seguros ou previdência privada.
O objetivo do IOF não é só arrecadar, mas também regular a economia, estimulando ou desestimulando certas movimentações financeiras. Por isso, a alíquota do IOF pode mudar conforme o tipo de operação e as metas do governo.
Valor do IOF: como funcionam as cobranças
O valor do IOF varia de acordo com a operação financeira. Abaixo, detalhamos alguns cenários para ajudar você a entender melhor como funciona esse imposto.
Como funciona o IOF sobre cartão de crédito
O IOF do cartão de crédito é cobrado de acordo com o tipo de operação realizada, e ele pode aparecer na sua fatura tanto em compras internacionais quanto em outras transações financeiras que envolvem o uso do crédito.
Em compras internacionais, a alíquota atual do IOF é de 3,5% sobre o valor total, convertido para reais. Já nas operações de crédito rotativo ou parcelamento da fatura, o IOF funciona de forma combinada: aplica-se uma alíquota de 0,38% sobre o valor total financiado, somada a 0,0082% ao dia, enquanto durar a dívida – além dos juros rotativos.
Além de saber o que é IOF e como esse imposto é cobrado no cartão, confira nosso artigo que detalha vantagens e como usar o cartão de crédito internacional.
IOF sobre compras internacionais
Já o IOF sobre compras internacionais é cobrado independentemente da moeda usada e se aplica tanto a compras online quanto a compras presenciais feitas fora do Brasil. A alíquota atual é de 3,5%, o que pode elevar bastante o custo final da compra.
Havia uma expectativa para esse imposto ser extinto a partir de 2028, mas novas regras do IOF anunciadas em 2025 mudaram o cenário. No momento, o governo decidiu manter a cobrança, unificando as alíquotas de diferentes operações com moeda estrangeira.
Leia mais: Como escolher o melhor cartão de crédito para viagens internacionais
Alternativas tradicionais para escapar do IOF mais alto nas compras internacionais com cartão também foram afetadas pelas mudanças recentes. Com a nova legislação, a compra da moeda em espécie, a transferência de dinheiro para contas no exterior e o uso de cartão de débito internacional pré-pago passaram a ter a mesma alíquota de IOF: 3,5%.
IOF e investimentos: como isso afeta seus rendimentos
Entender o que é IOF também é fundamental para quem investe, especialmente em produtos de renda fixa, como CDB e Tesouro Direto. A cobrança desse imposto sobre o rendimento acontece se você fizer um resgate em menos de 30 dias. Nesse caso, é aplicada uma tabela regressiva, que começa com alíquota de 96% sobre os rendimentos no primeiro dia e vai caindo até zerar no 30º dia.
Esse modelo foi criado como uma forma de desestimular aplicações de curtíssimo prazo, Passados os 30 dias, o IOF deixa de ser cobrado, mas o investidor continua sujeito aos tributos da Receita Federal (leia mais sobre como CBD paga Imposto de Renda).
Vale lembrar que o IOF incide apenas sobre os rendimentos. Por isso, o impacto real do imposto vai depender da rentabilidade da aplicação e do prazo de resgate. Avaliar esses fatores é essencial para garantir bons resultados e evitar surpresas na hora de investir.
Mudanças no IOF para previdência privada
Outro ponto importante são as novas regras do IOF para planos de previdência privada, mais especificamente o VGBL. Em 2025, há cobrança de 5% de IOF sobre o valor que exceder R$ 300 mil aplicados em uma mesma seguradora. A partir de 2026, o teto anual sobe para R$ 600 mil, mas será para a soma total entre diferentes seguradoras ou entidades.
Tabela do IOF: valores e novas regras
O governo anunciou mudanças no IOF no final de maio. O aumento tinha como objetivo elevar a receita da União. No entanto, o assunto vem sendo discutido e avaliado em diferentes níveis. Em julho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares, segundo dados da Agência Brasil, decidiu por restabelecer quase a totalidade do decreto que havia elevado o IOF.
No momento, esta é a tabela com os valores do IOF atualizados para 2025*:
Operação | Alíquota do IOF |
Cartão de crédito em compras internacionais | 3,5% |
Compra de moeda estrangeira em espécie | 3,5% |
Envio de dinheiro para o exterior | 3,5% |
Retorno de investimento estrangeiro | 0,38% |
Crédito rotativo e parcelamento de fatura | 0,38% + 0,0082% ao dia |
Investimentos resgatados em até 30 dias | De 96% a 0% (regressivo) |
Aplicações em VGBL | 5% sobre o excedente anual acima de R$ 300 mil em 2025, ou acima R$ 600 mil a partir de 2026 |
Perguntas frequentes sobre o IOF
Reunimos abaixo algumas das dúvidas mais comuns sobre o IOF para ajudar você a entender como esse imposto funciona em diferentes situações do dia a dia.
1. O que é IOF e para que serve?
O IOF é o Imposto sobre Operações Financeiras. Serve para arrecadação e como instrumento de política econômica, regulando operações como crédito, câmbio e investimentos.
2. Qual o valor do IOF atualmente?
Depende da operação. Em compras internacionais com cartão, por exemplo, é de 3,5%. Em investimentos resgatados em até 30 dias, a alíquota pode chegar a 96% no primeiro dia.
3. O IOF é cobrado em compras nacionais?
Apenas em alguns casos. Por exemplo, se você financiar o pagamento da fatura do cartão ou pagar um boleto com o limite. Em compras à vista, normalmente não há IOF.
4. Qual a diferença entre IOF e outros impostos, como o IR?
O IOF incide sobre movimentações financeiras, enquanto o Imposto de Renda (IR) incide sobre a renda e o lucro obtidos. Ambos podem ser cobrados em investimentos, mas com regras e prazos diferentes – o IOF é cobrado apenas nos primeiros 30 dias.
5. Qual é o valor do IOF no cartão de crédito?
Depende da operação. Em compras internacionais, a alíquota é de 3,5%. Em casos de crédito rotativo, saques ou parcelamento de fatura, o IOF é de 0,38% + 0,0082% ao dia.
6. Posso evitar pagar IOF em compras internacionais?
Atualmente, não. Antes era possível buscar alternativas como compra de moeda em espécie ou envio de recursos para o exterior, com alíquotas menores. Mas com a unificação das regras em 2025, todas essas operações agora têm o mesmo IOF de 3,5%.
7. Existe IOF sobre Pix?
Apenas quando o Pix é pago com cartão de crédito. Nessa situação, incide IOF de 0,38% + 0,0082% ao dia. Pix pagos com saldo em conta não têm IOF.
8. O PicPay cobra IOF?
O IOF é um tributo federal, e o PicPay repassa o valor ao governo quando a operação se enquadra nas regras de incidência. Não é uma cobrança adicional da plataforma.
Agora que você sabe o que é IOF e como ele funciona, fica mais fácil planejar suas compras e investimentos, sem surpresas na fatura ou no momento do resgate do seu dinheiro. Se você quer otimizar seus ganhos e evitar taxas desnecessárias, acompanhe sempre o Blog do PicPay — aqui você entende de finanças e como cuidar de seus investimentos.
*dados de 17 de junho de 2025